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Someday I’ll Love Ocean Vuong / Um dia amarei Ocean Vuong [Ocean Vuong]
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*Beautiful photomechanical prints of Lotus Flowers (1887–1897) by Ogawa
Kazumasa.*
Ocean, não tenha medo.
O fim da estrada é tão distante
que ela já ...
5 comentários:
Comentário por Adir Vieira — 11 dezembro 2008 @ 20:46 |Editar
Ouço sua voz. A princípio ela vem mansa, como a concebo para mim.
Quando se aproxima, seus olhos são doces e ternos, a invadir minha alma, exatamente como espero que devam ser todas as vezes que me olhar.
Suas mãos, na minha direção, ensaiam e dançam no ar até pousarem por sobre as minhas, com a suavidade dos gestos dos amantes, como eu quero que sejam para mim.
Seus carinhos impetuosos tem o tamanho exato e a força transformadora do meu ser, como eu desejo que seja para mim.
Seu descanso junto ao meu, bem paralelo, confirma em câmera lenta, dessa forma, a existência e o egoísmo do amor.
Comentário por pgricardo — 22 dezembro 2008 @ 13:48 |Editar
A Ovelha Desgarrada
Havre nunca havia conhecido o amor, seus olhos desgastados, seu silêncio eloqüente e sua dor que doi e não se sente, eram-lhe um mistério sútil, quando muito, arquiteturas de poetas vestidos de neve. Foi quando encontrou uma evangélica num ponto de ônibus. Lembrou-se do vaticínio de sua falecida tia, exímia vidente, que lhe dissera que ele encontraria sua amada em um domingo e essa seria morena; de fato, era um domingo e aquela senhorita era morena. Ele então sentou-se ao lado dela e ouviu comovido a história, já conhecida, de um messias, de um caminho de amor e paraísos eternos. Mostrou-se tocado por tais palavras e inventou horas inenarráveis de solidão e torturas diabólicas. A garota, comovida, convidou-o à igreja. Era sem dúvida um caminho inegável de salvação, mas sua timidez, entrar assim, sozinho, se ela não tivesse namorado ou pudesse guiá-lo.
-Levarei-o como meu amigo, era o que ele esperava ouvir e ouviu e o ouviu se repetiu na sombra invisível dos sons da lembrança. Naquela noite foi à igreja e para sua decepção homens e mulheres ficavam separados, o Pastor, através de uma péssima retórica, quis convencê-lo a entregar sua alma no altar e as pessoas o olhavam como a uma piedosa alma que precisava de apoio. Voltou à igreja por várias semanas, porém não resistiu e disse a verdade a garota:
- Eu te amos e só vou a igreja por ti. A verdade, mesmo que dolorosa, era que seu amor por ela estava acima de seu amor por Jesus, amor esse que nunca, realmente existira, afinal considerava o tal messias como um pouco ameno símbolo religioso, dotado de seguidores assassinos e singular capacidade de conseguir adeptos. A pobre menina, como uma boa mulher, sentiu-se feliz, contudo não podia aquilo deixar crescer. Disse a seu condidato a derriço que não podia relacionar-se com alguém não batizado: eu me batizo: mas o batizado é para entregar a alma a cristo: ninguém saberá: eu saberei!
Havre ficou carrancudo e resolveu falar com o Pastor V., a fim de batizar-se. O Pastor V., homem esperiente, já fizera um levantamento da vida de Havre e descobrira que ele jogava bilhar, bebia conhaque e, um dos irmãos convertidos lhe dissera o mais grave, andava com prostitutas baratas! Quando Havre conversou com o Pastor V. na solidão da igreja e ouviu aquele homem criticá-lo de forma indireta, resolveu abrir o jogo e livrar-se de toda e qualquer ladainha, converter-se-ia à igreja por amor a uma mulher. O Pastor V. então se recusou, terminantemente, a batizá-lo, pois aquela alma nefasta não conspurcaria a casa de Cristo.
As pregações do Pastor V. começaram a ficar mais fervorozas no que tange a filiação a Cristo. Havre sabia que já era visto como um corpo estranho naquela igreja, continuar, sim, por que não, afinal seu amor era correspondido e sua falecida tia nunca errara antes de morta, por que erraria depois? Tentou convencer a garota a mudar de religião, com outro pastor seria mais fácil, ademais convencê-la a sair da religião, foi uma tentativa perigosa que Havre longo abandonou.
Quando Havre não ia a igreja ou quando em conversa com os jovens da igreja, o Pastor V. insistia nas notáveis formas de perversão do demônio, suas obscuras façanhas para afastar da fé, sobretudo jovens, seu poder de manipular aqueles não batizados e sua amável simpatia pela palavra amor.
Havre então insistiu com a sua amada evangélica. A pobre menina, perdida, não sabia o que fazer e numa noite resolveu ir à igreja para falar com o Pastor V.. Era um dia de chuva e não haveria culto. A menina achou estranho o portão da igreja meio aberto e resolveu entrar. Apesar de tudo escuro, lá no fundo da igreja havia uma tênue luz de vela, resolveu, não sei por qual motivo, espiar pela janela e qual não foi sua surpresa ao ver a boca do Pastor V., sim aquela boca que tanto falava em salvador, que dizia ser iluminida, a lamber uma vagina, sim, ou melhor não!! O Pastor V. estava com uma de suas fiéis que não sua esposa. Elisângela ficou deseperada, um mundo ruiu, foi à casa de Havre e lá fizeram amor.
O Pastor V. nunca mais viu Elisangela em seus cultos.
Comentário por rosa cancian — 20 janeiro 2009 @ 17:33 |Editar
AMOR
“NÃO VEJO NENHUM INCOVENIENTE
EM DIZER QUE TE AMO
LOUCAMENTE
EM TEMPO PERMANENTE
E DE MODO INDECENTE!”
Comentário por rosa cancian — 20 janeiro 2009 @ 17:35 |Editar
Amor
“DESEJAR TUDO DE BOM
AFEIÇÃO PROFUNDA
AFETIVIDADE
SIMPATIA
AMIZADE
ZELO
CUIDADO…
COPIEI TUDO ISSO
DO DICIONÁRIO
POIS É ESSA A DEFINIÇÃO
DADA POR ELE
AO SENTIMENTO QUE
TENHO POR TI:
AMOR!!!!!!!!!
Nunca sempre
Durante quase 50 anos, exatamente 48 anos, nunca faltou uma palavra. Nunca. Sempre houve troca intensa de palavras. Sempre. O que não quer dizer que não tenhamos nos sentido só, às vezes. Mas só às vezes. Nunca sempre.
Durante o namoro, as palavras eram revestidas de mel. Eram tão doces! Mas juramos ser como pombinhos, era o que ele me falava, a vida inteira. Sempre.
Durante o noivado, morando em cidades distantes, as palavras vinham como era possível, então! Cartas diárias, dois telefonemas por semana (a telefonista fazia o contato e esperávamos, às vezes, duas longas horas!) e um fim de semana por mês (depois de uma viagem de 11 horas de ônibus!). A espera pelas palavras revestiam-nas de alguma coisa. Que não consigo expressar... para explicar, sempre falta uma palavra. Sempre. Mas nunca entre nós. Nunca faltou uma palavra. Nunca.
Durante os 46 anos de casamento, sempre juntos. Sempre. É verdade que atravessamos verdejantes planícies, verdadeiros precipícios, caudalosas quedas d’água, cálidos desertos. Sempre juntos. Sempre. Palavra foi o que nunca faltou. Sempre nunca.
Agora, porém, não há mais palavras. Faltam. Tudo falta. Só existe nada. Cartas, telefonemas, fins de semana. Acima de tudo, palavras. Nada!
Palavras que eram a tradução de carinho, cumplicidade, confiança, ciúmes até. Amor, enfim!
E, depois de quase 50 anos, exatamente 48 anos, falta uma palavra. Sempre falta. Sempre faltará. Sempre.
Daisy
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