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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Aconteceu no Ônibus - por Alba Vieira

Conclamo os leitores do Duelos que residem no Rio de Janeiro e utilizam transportes coletivos a contarem suas experiências catastróficas e juntarem-se a nós para não apenas reclamarmos das indignidades ocorridas diariamente nesta cidade envolvendo os transportes coletivos, com o intuito de desabafarmos, mas também com a intenção de levarmos nossas reivindicações às autoridades competentes.
Hoje dois ônibus chocaram-se de frente, em Benfica, com mais de 20 feridos e um nó no trânsito logo cedo que persistiu por horas, causando prejuízos para inúmeras pessoas. Por que ocorrem estes acidentes? O que determina que um ônibus lotado trafegue na contramão numa via de grande fluxo? Com certeza, a certeza da impunidade. Mas a causa primordial é a ganância por parte das empresas e a corrupção que permite que a fiscalização não ocorra e os passageiros não tenham qualquer direito, exceto o de pagarem as passagens.
Todos os dias aqueles que andam de ônibus são desrespeitados e colocados em situações de risco de vida, e freqüentemente são lesados com doenças em seus corpos quando motoristas que são pressionados pelas empresas para cumprirem horários absurdos ainda submetem os passageiros à sua direção perigosa, ignorando que no seu carro estão idosos, grávidas, doentes, crianças e mesmo bebês. A isto se soma a irresponsabilidade das empresas em colocar na rua carros em péssimo estado de conservação, com problemas nos freios, amortecedores, eixos de roda etc. E, diga-se de passagem, estes mesmos ônibus que só trafegam por milagre, andam quase sempre lotados.
Os microônibus aumentaram os problemas com o desconforto provocado pela superlotação e pelo risco decorrente do absurdo do motorista acumular a função de cobrador enquanto dirige no trânsito caótico.
E o que dizer sobre a prática freqüentíssima do motorista arrancar e fechar a porta quando o passageiro ainda está descendo, machucando o mesmo com o choque da porta ou causando queda na rua, muitas vezes fatal por traumatismo cranioencefálico? A porta de saída na parte de trás do coletivo que favorece apenas as empresas, na tentativa de coibir as caronas, só serviu para aumentar os riscos para os passageiros, pois andar no fluxo contrário de pessoas causa maior esforço e danos musculoarticulares; além disso há falta de visibilidade, pelo motorista, quando o passageiro desce; sem contar que agora as caronas são de moradores de rua doentes, drogados, alcoolizados e sujos, colocando em risco os usuários do transporte.
Recomeçaram as aulas na cidade e aqueles que já trafegavam em ônibus cheios, de pé nos horários de maior fluxo, agora são obrigados a entrar em coletivos sempre lotados, já que as empresas fingem ignorar que há estudantes voltando às aulas. Ignoram porque isto aumenta seus lucros, já que a gratuidade para os estudantes é paga às empresas que, nem por isso, aumentam o número de veículos na rua. E o que resta aos passageiros senão tentarem romper as barreiras intransponíveis representadas pelas mochilas dos estudantes nos corredores dos ônibus? Azar o nosso que precisamos dos transportes coletivos? Então por que estimular as pessoas a deixarem seus carros em casa para melhorar o trânsito? Isto é piada.
E o que argumentar quando os passageiros com horário para trabalho ou escola são ignorados por motoristas que não param os ônibus para eles, mesmo que estejam vazios, já que estão apostando corrida com os colegas? Por vezes perdem-se três ou quatro ônibus que passam pelo ponto sem parar mesmo que seja para mais de três passageiros (diga-se, de passagem, não estão pedindo carona). E se trata-se de idoso ou de estudante, aí é que vai mofar mesmo! Quando trafegam próximos à APAE, então, aí mesmo é que não param no ponto. O que é isto? Direitos humanos? Respeito à diferença? Só se for na novela das oito.
E aí? Quer contar suas histórias e unir-se a nós?
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Um comentário:

Anônimo disse...

Alba:
Conclamada, devo dizer que compreendo perfeitamente sua revolta e concordo totalmente com você. A lista de absurdos que se vê por parte de motoristas e empresas de ônibus é infinita.