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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Minha Vida Com e Sem o Computador - por Ana Maria Guimarães Ferreira

Depois que inventaram a internet passei a viver conectada nas notícias, nas coisas que me interessavam e que eu, num pequeno clique no Google, achava.
Depois que inventaram o Orkut achei amigos, conhecidos, colegas e até os não tão amigos, mas bastava me logar e pronto: ali estavam eles todinhos…
Depois que inventaram o MSN passei as tardes conversando com os amigos, aprendi a digitar tão rápido que acho que nunca terei artrose nos dedos; afinal, é muito exercício!
Depois descobri o skype, aí a farra foi total, falei mais que papagaio!
Eu que vivia economizando nas ligações telefônicas passei a falar com amigos, filhos, parentes, com todos os que estavam pertinho (como minha vizinha) e até com aqueles que estavam do outro lado do mundo, como os sobrinhos na Irlanda, filho na Guatemala, amiga no Acre, mãe no Rio, amigos em Recife…
Virei internacional nas ligações sem sentir o peso do real nas minhas costinhas sofridas.
Meus dias se tornaram cheios de novidades e num minutinho eu sabia de tudo.
Às vezes a gente acaba sabendo mais do que deve, mais do que precisa. Fica sabendo das desgraças no fim do mundo, das incertezas, das tristezas das pessoas.
Aí descobri o blog… Nossa! Me lembro que quando ouvi a primeira vez essa palavra achei que tinha entendido outra coisa e me espantei ao me tornar amiga do blog… Coisa boa essa!...
Mas, de repente… xum! Minha amiga Adir, guru e confidente, sumiu.
Eu ficava no MSN : “Cadê vc? Sumiu: caiu? Travou?”
O provedor e o turbo deixaram-na sem conexões.
Foi o sentimento do vazio que me deixou momentaneamente irritada e ao mesmo tempo preocupada.
Será que vamos ter que voltar a escrever cartas?
Será que vamos de novo para os papos telefônicos encurtados preocupados para a conta não vir alta? Isso me fez refletir sobre essa nova vida “internetizada”…

Descobri que, hoje, não posso pensar na minha vida sem estar conectada de forma tão fácil, tão simples.
Aprendi a deletar as coisas sem importância da vida e a guardar em pastas especiais as mais importantes, escanear as boas lembranças e a apagar os pequenos defeitos.
Aprendi a trocar as cores da vida e, assim, com um simples toque de comando, troco o fundo preto pelo azul da felicidade.
Faço pps dos momentos felizes e transformo as alegrias em jpg e, assim, quando bate a saudade vou lá, abro o arquivo e revejo tudo.
Uso o Dicionário e corrijo as palavras duras por expressões mais suaves.
E quando um vírus quer se instalar na minha vida, coloco-o em quarentena…
Aprendi que Cavalo de Tróia não era aquele de Ulisses.
Que memória não era uma característica da raça humana e que alguns computadores podem ter Alzheimer, ou seja, pequenas lembranças…
Descobri que travada não era coisa de ciático e caminhada.
Descobri, enfim, que estar logada não tem nada com drogas, e que depois de virar viciada na net a pessoa tem que se internar num interior qualquer - daqueles onde nem luz elétrica é constante -, passar pela crise de abstinência e dosar a vida em conta-gotas, compartilhar arquivos e fotos e, mais do que isso, compartilhar com amigos não só a voz, mas principalmente a presença física, a vida.
Enfim, só fiquei mais tranqüila quando minha amiga entrou no MSN e me disse que o técnico da Velox estava arrumando, corrigindo, consertando e que logo poderíamos de novo conversar e colocar os nossos papos em dia.
UFA!
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Um comentário:

Anônimo disse...

Comentário por Ana — 5 fevereiro 2009 @ 12:06

Adorei!
Muito legal!