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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Decisão de Vida - por Maria Carolina Nogueira Cobra Vitali

Estava andando na praia, com o pensamento a voar, a tristeza me rondava. Parecia que o mundo queria me devorar.
Quando, sem querer, encontrei seu olhar tão perdido quanto o meu, tão sem rumo que quem chega perto sente a solidão e a dor.
O reflexo na água parece uma nuvem branca e cinza, como se nossa alma se encontrasse num equilíbrio pleno da ansiedade e da calma.
Junto percebemos que somos um só, que o mundo na verdade está sendo devorado pela gente. Com o pensamento a voar, buscamos o equilíbrio. Mas como chegar ao equilíbrio se, verdade dentro de nós, só falta ele para nos tornarmos realmente realizados.
Nisso, percebemos que formamos uma grande confusão de ventos e sentimentos, e tudo parece tão fora de ordem que o desespero começa.
Até a hora em que você grita e me desespero, para uma realidade de uma vida humana na qual não estava sabendo conviver.
A realidade não nos torna menos ou mais. A realidade apenas nos mostra que podemos ter visões diferentes do mundo e dos verdadeiros sentimentos.
Num piscar de olhos acordo, deitada numa rede, numa praia isolada de todos e fiquei pensando com quem estava conversando.
Consigo escutar uma voz que me diz para nunca pensar que sou menos e que não tenho força para aguentar os trancos e barrancos. Será que era meu grande amor, será que era meu anjo? Não sei dizer.
Me levanto e vou em direção ao mar; me vejo novamente me encontrando com tua alma, mas agora a água está turva como se o tempo estivesse se fechando para uma grande chuva.
Ando. Procuro me encontrar. Teu reflexo não aparece. Por que você não está aqui?
Você me completa e eu te completo.
Ele surge e me pede para pensar, pois não é quem eu imagino. Ele é alguém que me quer bem, muito bem. E que está tentando me mostrar o mundo, sem ter que me destruir para perceber que tudo pode ser de uma maneira mais bonita e mais simples.
Então caio na real: é realmente meu espírito lutador que não aguenta me ver mais jogada. Me levanta e me diz:
- Agora você sabe o caminho. Vou voltar ao meu lugar. Espero que tenha feito o meu trabalho. Daqui para frente a minha existência depende de você. Só você pode saber se mereço ou não estar assim, tão evidente em seu dia-a-dia.
Fui então para minha casa. Voltei para a minha vida e tudo parecia bem diferente: as pessoas me olhavam e me observavam, como se estivesse evidente em meu olhar que eu estava em uma grande evolução espiritual.
Saí na rua. Fui ao médico decidida a me curar. Queria realmente minha vida de volta.
Enfrentei cada sessão de quimioterapia e renascimento; cada enjôo, cada calafrio, queda de cabelo…
Queria viver.
E venci. Isso foi há, mais ou menos 12 anos.
Hoje sou uma mulher inteira, comum, trabalhadora, mãe, amiga, psicóloga, escritora, filha, irmã etc.
Estou viva e isso é que importa.
.

Um comentário:

Anônimo disse...

Comentário por Ana — 5 fevereiro 2009 @ 11:59

Maria Carolina:
Seu texto, além de muito emocionante, é profundo.
O que você relata aconteceu mesmo ou foi a forma que você escolheu para contar o que aconteceu dentro de você? Pela maneira que descreve, parece real! E eu acredito que possa ter acontecido!
Parabéns por sua força e sua sensibilidade!
Ótima vida para você!
Beijo!