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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Escuro - por Luiz de Almeida Neto

De noite
em meu quarto
com a cama pálida
eu sou você, amigo
Te dou a mão
mas você não vê.

Quando meus sonhos
ou pesadelos
apontam na esquina
eu sou você
coberto de papelão
e tossindo ao relento.
Eu adivinho uma febre,
seus calafrios
e não faço nada.
Meu medo
faz com que eu não sinta
você.

E o mundo
que é um escuro
impenetrável
nos afasta mesmo que a uma rua de distância.
E não sei seu nome,
seu jeito,
suas crises,
mas por um instante
sou você.

Sinto uma picada
muito fraca
da dor enorme que você sente
e já me apavoro,
pressinto a fome
que te assola perenemente
e a sacio,
mas te adivinho
também uma sede.

Não sou você,
porque não me entrego
porque me nego
a me sentir imundo,
e porque ainda creio
não obstante o receio
de que sou de outro mundo.

Mas meu corpo,
ele sim,
fala mais a mim
do que todo este absurdo
não reclama nossa irmandade
já que ela não percebo
mas exige que eu compartilhe
no todo ou em parte
uma parte de teu lamento
tuas angústias,
teus tormentos,
do que sabes que é verdade.

Agora mesmo vou dormir
sabendo o quanto não sei de nada,
realmente não aprendi,
e não quero que tal lição
me seja ensinada
Com o que até hoje conheci
não sei nem muito bem
como apareceste
na minha estrada.
.

Um comentário:

Anônimo disse...

Comentário por Ana — 5 fevereiro 2009 @ 11:42

Tocante! Muito boa sua poesia! Parabéns!