Da vida não se sai pela
porta:
só pela janela. Não se sai
bem da vida como não se
sai
bem das paixões jogatinas
drogas.
E é porque sabemos disso e
não
por temer viver depois da
morte
em plagas de Dante Goya ou
Bosh
(essas, doce príncipe, cá
estão)
que tão raramente nos
matamos
a tempo: por não
considerarmos
as saídas disponíveis
dignas
de nós, que, em meio a
fezes e urina
sangue e dor, nascemos
para lendas
mares amores mortes
serenas.
In “A Cidade e os Livros”, p. 63.
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