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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




domingo, 24 de outubro de 2010

Silêncio Estratégico - por Gio

Durante uma barulhenta aula de Química no ensino médio, aonde a maior parte do barulho vem de conversas paralelas (e não de discussões sobre a matéria, como deveria ser), você está empolgado discutindo sobre o comportamento dos seus colegas de aula, e se envolve de tal maneira no assunto que nem percebe o sinal da professora para todos se calarem. E muito menos a entrada da diretora na sala, motivo pelo pedido de silêncio. Na mesma hora que o “seminário” cessa, a única voz que se escuta é a sua, dizendo que “aquela Janaína é mesmo uma vagabunda”.

Melhor a Janaína ter faltado hoje.


Você está em um restaurante com música ambiente, o que normalmente seria bom. Acontece que o músico do violão-e-voz é tão ruim, mas tão ruim, que você está quase pedindo couvert para ouvi-lo. O pessoal da sua mesa resolve ignorar a música ambiente por esse motivo, mas nem por isso o violonista deixa de ser o foco das atenções. Uns lincham, outros têm pena, e os últimos se detêm a rir e reclamar da porção de fritas que nunca chega. Quando você resolve dar seu parecer, coincidentemente a música termina. “Se eu fosse esse cara, tinha vergonha de cantar em público”.

Bom, acho que não é só ele que deveria ter vergonha...


Mesa de bar. Mesa de bar é um lugar onde os papos voam de um território a outro em jatos expressos, mas fazendo o maior número de escalas possíveis. Vai de novela das oito a pelos pubianos em segundos, passando pela crise econômica, métodos de parto e quem tem o direito de usar sunga na praia. O maior perigo aqui reside nos assuntos paralelos, quando eles se cruzam. O assunto do grupo A cai em filmes eróticos, enquanto circula um catálogo de cosméticos que alimenta a conversa do grupo B. Quando acontece um pequeno momento de silêncio no grupo A, ouve-se alguém do grupo B dizendo:

- Levei três anos para descobrir que era um tubo de condicionador.


No meio da balada, aquele abafamento característico que te faz gastar a consumação só para não cair por desidratação, o improvável acontece: falta luz. Sem ventilação, tudo fica pior; e, sem música e sem luz, ficar naquela aglomeração melada a suor não faz sentido algum. O burburinho começa, desde pessoas reclamando do incidente até vítimas indignadas de quem se aproveitou da situação. O zum-zum-zum vai aumentando, até que a luz volta de repente, e tudo cessa... Exceto pelo seu amigo semi-alcoolizado, que subiu em uma mesa, e acaba de gritar “Vamos tocar fogo no lugar”.

Espero que os seguranças sejam legais com ele.


Silêncios constrangedores, frases das quais o autor vai se arrepender eternamente de ter proferido. Conclusões memoráveis, frases fora de contexto, comentários desnecessários. Acontecem quando você menos espera, e com mais frequência que você imagina. Se você diz que nunca passou por isso, é melhor se preocupar: ou é um ser fora dos padrões, ou já passou e simplesmente não notou. Alguma dúvida de qual é a mais provável?
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