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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Aquele Livro - por Ana

Aquele livro, peguei
Em meio à sujeira e ao pó.
Aquele livro, só meu,
Depois que te foste de nós.

Aquele livro tão lido
Por ti, a sós, isolado.
Aquele livro que encontrei
Totalmente abandonado.

Aquele livro fedia,
Jogado entre seus sapatos.
Aquele livro era velho,
Tão amarelo, tão gasto.

Aquele livro lambido,
Folhas dobradas, suado.
Aquele livro, tristeza...
Estava até chamuscado.

Livro que, sempre contigo,
Ninguém podia tocar.
Companheiro inseparável
Em toda hora e lugar.

Aquele livro, sem capa,
Para todos um enigma.
Aquele livro, tão teu,
Seria de história ou de rimas?

Sentei à mesa, tão quieta,
Sabendo o momento sagrado.
Enfim iria desvendar
Segredo tão bem guardado.

Folheei... tão grande espanto!
Aquele livro... teu guia?!!!
Meu avô, se eras ateu,
Por que lias tanto a Bíblia?
.

4 comentários:

Caca disse...

Que genial! Surpreendente seu poema, além de uma beleza irretocável. Um desvendamento de um mistério da infância que deixa marcas indeléveis em nós. Feito com poesia, para mim é um extase. Adorei! Abraço. Paz e bem.

Ana disse...

Puxa, Cacá! Obrigada!
Snif, snif... emocionada...
Abraço.

lisa disse...

Nossa muito bom!!! "Meu avô, se eras ateu,Por que lias tanto a Bíblia?" hahahaha Adorei

Ana disse...

Lisa:
Obrigada pelo elogio!
Beijo.