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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




sábado, 28 de março de 2009

PARTICIPE TAMBÉM!

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Junte-se a este movimento de alerta contra o aquecimento global.
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A Hora do Planeta 2009 espera alcançar
mais de um bilhão de pessoas em mil cidades ao redor do mundo,
convidando comunidades, empresas, organizações e governos
a participarem deste ato simbólico histórico pelo futuro da Terra.
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O gesto simples de apagar as luzes por 60 minutos,
possível em todos os lugares do planeta,
tem como objetivo chamar para uma reflexão
sobre a ameaça das mudanças climáticas.
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Hoje, de 20:30 às 21:30h, apague as luzes de sua sala.
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Fonte: wwf
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13 comentários:

Nina disse...

Oii Shintoni, tudo bem?
Ainda podemos mandar textos que não partiram de algum tema proposto?
No caso da resposta ser "sim", tenho um :

"A folha

Numa tarde de outono
Um chá quente com gelo
Conforta e aquece
A suave brisa da indecisão

Vislumbrar, sentir...
Sentir o quê?
Os erros e defeitos?
A ponta de um iceberg,
seriam eles?

Vislumbrar, sentir, escrever!
Na velocidade da luz
Cada letra diz “adeus”
Da sofrida folha nunca escrita
Para uma terra sem críticas

Escrever ou não?
Fogo ou gelo?
Abrir as portas para críticas e receios...
Ou fechá-las?

É chegada a hora
De um chá quente com gelo
Conforta e aquece
A suave brisa da indecisão"

Rita Veiga disse...

Com certeza, estarão apagadas.
o planeta agradece.

27 de Março de 2009 15:23

Adir disse...

A barata voadora.

O grupo de quatro mulheres e dois rapazes estavam ali reunidos para uma dinâmica que selecionaria duas pessoas para as vagas na área de vendas.
Duas das mulheres deviam ser da mesma idade, ter por volta de cinqüenta anos e aparentemente, mostravam-se dispostas e atuantes pela maneira de vestir e de falar. As outras duas divergiam no trajar e na postura, uma calada e sisuda e a outra apática ao ambiente.
Os rapazes deviam ter cerca de trinta anos e um deles, magro, alto de barba bem feita, andava de um lado para o outro do salão, sob o olhar inquiridor do colega.
Todos aguardavam a chegada do orientador.
O local, claro e amplo, tinha uma grande mesa central, propositadamente ali colocada para a sessão e várias cadeiras de braços e assentos estofados, na cor amarelo ouro, a circundavam numa relativa distância.
Dois janelões totalmente abertos, possibilitavam uma temperatura agradável, apesar do clima quente. Por várias vezes a porta de entrada da sala foi aberta pela mesma auxiliar de recursos humanos que, com o intuito de observar os candidatos às vagas, entrava, cumprimentava mecanicamente com a cabeça e dispunha na mesa de canto, jarras de água e copos descartáveis e lápis, papéis e borrachas.
Passaram-se longos vinte minutos e já ia quase anoitecendo quando o orientador adentrou a sala e após as instruções de praxe, iniciou os trabalhos.
Em meio às colocações da segunda candidata à questão apresentada, foi que ela, a barata voadora, surgiu. Veio voando, tímida, como a pedir licença e fez seu pouso ali, junto à moça mais nova que, a princípio, foi a única a percebê-la. Mexeu-se na cadeira, fazendo menção de mostrá-la ao rapaz ao lado, próximo que dela estava, mas ele não entendeu sua expressão nem se preocupou em traduzi-la, posto que estava ocupado demais em ouvir a explanação da candidata que se apresentava.
A barata, grande que era, cascuda e com asas bordadas de cinza, rastejava-se de um lado ao outro da sala e os olhos da moça mais jovem a acompanhavam sem pestanejar, sem se dar conta de que seria a próxima candidata a se apresentar.
Nisso, o outro rapaz, o magrinho, a viu e avesso que era a mal tratos de animais, pediu socorro à senhora mais velha que dava sinais de enjôo ao simples mover da bicha.
Até então, os três do grupo que a viram mostraram repulsa, nojo e medo. Era um mover de músculos faciais dos três, num mutismo total para não desviar a atenção das apresentações. Eis que, de repente, a danada colocou-se estrategicamente embaixo da mesa do orientador, vez por outra ensaiando vôos rasos e ele, nem sequer a notou. Nessa altura, enquanto o rapaz magrinho fazia suas explanações, de olho nela, a outra senhora a percebeu. Ato contínuo, começou a despejar suores e palidez exacerbada, chamando a atenção do orientador que atribuiu o fato a um nervosismo natural das pessoas, quando em situação de testes. As pernas da senhora batiam-se num compasso nervoso, fazendo com que o tecido de sua saia farfalhasse a cada movimento.
Já agora, quatro já a tinham visto e a bicha, altaneira, parecia gozar da importância de ter tantos olhares sob sua mira.
O orientador ocupado nas anotações que fazia sobre os candidatos, subitamente girou a cadeira, pressionando a barata voadora sob seus pés, enquanto os expectadores, em uníssono, lançaram no ar um grito que se espalhou por todo o pátio, lá fora.

29 de Março de 2009 19:44

Clarice A. disse...

CAAVALEIRO SEM DESTINO
Cavaleiro sem destino
Em busca de um sentido
Pra vida que se vive aqui
A maioria é boiada
Sem saber pra onde ir.
Cavaleiro andante
Em sua busca incessante
Porque quer descobrir
O que liga pessoas
Espaço, tempo, porvir?
Cavaleiro errante
Seguindo sempre adiante
Não pretende desistir
Mas quem sabe?
O que procura, o sentido desta vida
Talvez nem esteja aqui.

29 de Março de 2009 19:44

Ana Maria Guimarães Ferreira disse...

INGRATIDÃO

Ana Maria Guimaraes Ferreira

Um sentimento que magoa
que dói, que dilacera
uma dor profunda
que como punhal perfura
as profundezas da alma

Dor que não tem grito
dor que não tem eco
dor que fica
que permanece
que destrói, que faz sofrer

Quem esquece magoa
faz doer
Quem esquece se esquece
da dor que faz sofrer
Ingratidão
Sem começo, sem meio
um sentimento que entra
destrói meus sentimentos
e não tem fim

Me causa tristeza, me corrói
me faz sofrer
e fica assim
dentro de mim

30 de Março de 2009 20:17

Rosana Poderrosa disse...

Refletindo no Mar

Vou
Vou indo pelo mar à fora
Deixando o barco a vela
Me levar pelas suaves ondas
Onde o coração acompanha
O sobe e desce do olhar no horizonte
Vou
Vou indo sem destino
Cruzando os desertos marinhos
Sentindo todo o sol refletindo
A pele queimando e ardendo
Mas, somente vivo o pensamento
Registrando cada minuto de espera
Aguardando o momento certo
A calmaria está a postos
O tempo passou
O sol já se vai indo
A primeira estrela aponta
Me lembrando o primeiro carinho
Como é bom navegar por este mar
Viver nele a balançar
Mesmo que seja de mentirinha
Apenas pra eu me alegrar
Mar azul ou talvez verde
Cheio de mistérios e arapucas
Companheiro de muitas horas
Nunca me deixou sem respostas
Sempre me ajudou a refletir
Mas, é hora de voltar
A noite cai…
O vente forte me leva de volta
Eu me despeço do meu amigo
Na certeza que iremos nos reencontrar
Mesmo que seja na minha imaginação…

2 de Abril de 2009 17:33

Thiago Benício disse...

O Salva Vidas II

“(…) Estávamos em oito carros descendo a serra, rumo à baixada para aquele fim de semana de sol. Em todos os carros, havia uma família. Nós combinamos que seria o fim de semana mais inesquecível de nossas vidas e que nada poderia nos atrapalhar. Essa afirmação foi errônea…

A Imigrantes estava vazia e os oito carros enfileirados a curtir tal paisagem serrana. Comunicávamos ao telefone, quando havia necessidade de parar ou coisa assim. O dia ensolarado contribuía para a harmonia que sentíamos até então… Após o último túnel – aquele longo, de, no mínimo, 3 km – O tempo já se mostrava cinza. O vento frio e serra pouco visível, parecendo mostrar um tom de desconforto, a ponto de desorientar nossa harmonia, sentida antes de tais fatores. Parecia ser um sinal…

Eis que, olhando para trás, minha mulher não enxerga o último carro – éramos o sétimo.

– Bem, o carro de trás não esta aqui!! – Acentuou minha esposa ao fato. Estávamos tão próximos há pouco, e naquele momento o último carro havia parado.

O telefone toca, eu atendo:
– Alô!
– Alô!
– Oi! Vocês pararam?!
– Estamos sendo assaltados por uma leva de motoqueiros mal-encarados. Parece que são durões. Pelo amor de Deus, nos ajude!

Comuniquei no exato momento todos os outros amigos dos carros da frente. Era o momento de ajudar um amigo em perigo!
Logo saí em cavalo-de-pau, e todos os outros fizeram o mesmo. Era o primeiro da frota dos carros-amigos, como um líder de batalha, que guia seus soldados para derrotar os inimigos. Ao retornar, nos deparamos com a situação: Cinco motos, cada uma com duas pessoas, a rodear o carro-amigo número oito. Estacionei meu carro e todos os outros fizeram o mesmo, Desci e, juntamente com meus amigos, partimos em busca de justiça e salvar o carro nº. 8, que estava em apuros.
Cada um, com sua habilidade, rendeu facilmente cada um dos mal-feitores. Nosso amigo, do carro nº. 3, era delegado e guardava algumas algemas em seu porta-malas. Sim, foi o que fizemos, algemamos os bad-moto-boys no guardirreio e chamamos as viaturas locais para colocar um basta nos cafajestes! E como num passo de mágica, o céu se abriu, mostrando o Sol radiante, como deveria ser. Até a natureza reconheceu a justiça feita…”.

2 de Abril de 2009 21:54

Jorge disse...

O difícil caminho de um histório profissional

Vivia eu, a alternativa da busca do emprego ideal, aquele que colocaria à prova todos os meus conhecimentos adquiridos ao longo dos anos.
Aquele que iria confirmar, se realmente eu estava preparado para assumir todos os desafios de uma grande Empresa.
Com esse objetivo, participei do processo de seleção que, por sinal, considerei o mais complicado de todos os que eu já havia até então, disputado.
Naquela época desconhecia o mecanismo desses processos e transitei por uma longa estrada em várias entrevistas.
A primeira delas foi com um funcionário federal lotado na Sup. de Marinha Mercante, como Diretor da Divisão de Auditoria, e que por via política, assessorava um grande industrial europeu.
Foi bastante desgastante. Atendi a cinco convocações, em dias diferentes e a cada uma delas, eu respondia a perguntas do meu entrevistador, que sempre afirmava que dispunha de pouco tempo e não poderia me entrevistar como desejava.
Dessas cinco convocações,a primeira durou cinco minutos em uma das salas, a segunda, com outro entrevistador, aconteceu na recepção da Empresa, a terceira dentro de um elevador no trajeto entre a cobertura e o andar térreo, a quarta andando pela Av. Rio Branco e finalmente a derradeira e quinta entrevista, já dentro da sua sala, onde me anunciou que eu seria admitido após a apresentação dos exames e documentos necessários.
Lembro-me bem do seu sorriso quando me deu os parabéns por ter sido escolhido entre quase vinte candidatos.
Completou que por aquele motivo iam inicialmente pagar-me o mesmo salário do antigo emprego e após trinta dias de experiência, teria um reajuste de vinte por cento. Julguei, naquele dia, que o referido senhor, pensava estar admitindo o mais fraco dos candidatos, para garantir-se , sem medo de perder o lugar.
Talvez pensasse ele, que eu não tivesse os conhecimentos necessários para comandar um Departamento Financeiro de um grande grupo internacional, que envolvia, importação e exportação, câmbio, dívida externa, Bancos
Nacionais e Internacionais, contas caucionadas, balancetes, cobrança a nível nacional, além das aplicações financeiras.
Quis fazer de mim um mero assistente do trabalho que desenvolvia. Colocou-me ao seu lado na mesa e pediu-me que ficasse observando como trabalhava.
Assim eu fiz, fiquei calmo e atento.
Após o primeiro expediente, ele me disse que era um assessor somente de meio expediente,pois tinha um emprego público e por aquele motivo, os Diretores estavam com a idéia de substituí-lo.
Convidou-me para um lanche,com o propósito, como disse, de me passar algumas “dicas”.
Já na lanchonete, fiquei surpreso, pois o prato a mim oferecido era simplesmente uma cilada, para que eu ficasse impedido de assumir aquela posição. “O meu lanche era composto de lingüiça frita com cachaça!”
Foi problemático estar novo no emprego, numa função de responsabilidade, trabalhando com finanças, e durante o período experimental, ter que conviver com bebida alcoólica e comidas perigosas oferecidas por aquele senhor.
Mas, aquela posição falsificada de assistente, foi modificada quando o presidente do grupo, muito inteligente, observou o que se passava e determinou que as posições deveriam estar invertidas, pois eu assumiria a mesa de trabalho e ele observaria a minha desenvoltura.
Aquela ordem modificou seus planos, e no dia seguinte, ele não mais compareceu ao serviço.
A justiça então se fez e eu, sòzinho, conduzi todo o trabalho e segurei a posição, graças a Deus!

14 de Abril de 2009 13:31

Jorge disse...

Visitem o blog:O papo para sempre
http.blogdojorge3.blogspot.com/

14 de Abril de 2009 13:32

Adir disse...

Coitado do meu estômago

Cuido para que a cada dia
Meu jantar seja perfeito
Dele isolo as gorduras
Atenta aos ingredientes...
Como alface, chuchu e vagem,
Arroz com tomate e só,
Viso não ter meu estômago,
Reclamando quiprocós..
Enquanto como, visualizo
Não meu prato ali, de verde,
Mas um baita sanduíche
De três camadas com aliche...
Vou me deliciando com o creme
Mostarda, pimenta e ketchup,
Um patê bem variado, incrementando
Tal peixe.
Do pão, não preciso falar, tem que redondo ser,
Alto, fofo, bem clarinho,
Para eu ter muito prazer.
Sobremesa nem se fala,
Mas dei um jeito para tal
Coloquei no mesmo prato
Balas de coco artesanais.
Embora essas delícias só dançassem
No pensamento, meu estômago,
Coitado, aprontou e ficou doente.

16 de Abril de 2009 23:08

Adir disse...

Meditando para que serve um Plano de Saúde, na sala de espera de um consultório médico

Um grande e comprido corredor nos levava a sala de espera.
Era uma sala retangular e nas paredes entrecortadas pelas portas de cinco especialidades – ginecologia, cardiologia,clínica médica,oftalmologia e endocrinologia – duas fileiras de cadeiras de couro sintético preto, conjuntas em oito, dispunham-se de frente umas para as outras, o que de certa forma, obrigava os pacientes que aguardavam os médicos a se olharem, mesmo sem querer.
Um revisteiro contendo mais folhetos informativos do que, propriamente, revistas, visava entreter os que ali estavam aguardando o chamado, mas de tão velhas, sujas e rasgadas, as poucas revistas, de tanto serem manuseadas mostravam-se desagradáveis ao toque.
Um decalque grande, fixado acima do revisteiro, mostrava um celular e solicitava o seu desligamento no local.
Devido as poucas cadeiras, mais da metade dos pacientes aguardavam em pé, como nós.
De quando em vez, ouvia-se a troca de pernas de alguns, que procuravam naquele desconforto uma forma melhor de posição.
Todos que ali estavam pareciam preocupados e na expectativa da consulta e era difícil distinguir os pacientes para cada sala, embora a diversidade dos consultórios pudesse ajudar nessa adivinhação.
Apenas um dos médicos se utilizava da ajuda da enfermagem para anunciar os pacientes. Considerando que a sala dos enfermeiros ficava em outro corredor, após a saída do paciente atendido, tínhamos que aguardar a vinda da enfermeira que, anunciava um novo paciente. Isto sem dúvida gerava uma morosidade e impedia a desocupação das cadeiras de uma forma mais rápida.
Pelas conversas quase em sussurro notava-se que a maioria tinha marcado seus horários o que não justificava tantas pessoas esperando há tanto tempo.
Se em algumas salas as consultas eram menos demoradas, não ultrapassando mais do que quinze minutos, o consultório da endocrinologia não fazia chamados senão de hora em hora. Estávamos ali, há pelo menos duas horas e meia, já havíamos sido atendidos na cardiologia, sendo o próximo passo a endocrinologia.Faltavam ainda quatro pacientes para essa especialidade, segundo nossa dedução e estimamos pelo menos, mais três horas ali, em pé.
A faixa etária que ali aguardava regulava entre 65 e 80 anos. Várias eram as bengalas de apoio entre as cadeiras e ouvia-se o ressonar de alguns já há algum tempo, o que fazia com que os chamados fossem repetidos por várias vezes. Apesar disso, incapazes fisicamente ou não, ali estavam sozinhos, o que estranhamos sobremaneira.
Nessa altura, ansiávamos por uma cadeira vazia e torcíamos para que as portas se abrissem, devolvendo à rua, pacientes já atendidos.
De repente, dois lugares vagaram e quando num salto só corríamos para elas, uma das portas se abriu e um menino de quatorze anos, acompanhante de sua tia-avó, clamaram pelos lugares, visto que a senhora tinha sido medicado e ali deveria aguardar o efeito do remédio, sob a proteção do garoto que lhe segurava as mãos, acalmando-a todo o tempo.
Continuamos ali, em pé, por mais meia hora, até que fôssemos chamados.
E aí perguntamos – adianta hoje, nesse país, termos planos de saúde e consultas devidamente marcadas?

16 de Abril de 2009 23:09

Eu disse...

Retribuindo a visita e aproveitando para conhecer o seu Blog. Adorei o convite e aceito sim!
Já te adicionei a minha lista de preferidos e pretendo voltar sempre, ok?
Beijinhos

20 de Abril de 2009 16:31

Jorge disse...

Conheci na minha vida profissional um homem de coragem, formado em farmácia, que atuava como Diretor de Operações numa Indústria em que trabalhei.
Respondia pelas áreas de importação e exportação e pela obra de expansão da Empresa.
O que mais me marcou, foram as indicações de energia, coragem e força desse executivo, que era um autodidata. Muito me admirei, em saber que tinha sido o comandante do vapor Márcia, que teria sido afundado na última guerra mundial pelo submarino alemão, em águas brasileiras.
Vou tentar relatar agora uma história que diz bem da sua coragem , e que muito combinava com o seu jeitão de homem forte e decidido, e que num determinado momento de vida, mais ou menos na faixa de 40 anos, iniciou um processo de cegueira. Lutou bravamente contra a doença, quando a recomendação médica o proibia inclusive de dirigir automóvel , principalmente no período noturno. No entanto, ele não desistia, e continuava a vir ao trabalho diariamente, dirigindo seu próprio carro, evitando apenas de sair tarde, preferindo deixar o trabalho ao cair da noite, quando ainda a Cidade estava iluminada.
Um dia descuidou-se, o dia avançou, e ele insistiu em ir para casa quase anoitecendo. Iria fazer um deslocamento da Tijuca até o Leblon, e já quase chegando em casa, a sua visão começou a faltar e para não dar o braço a torcer, colou o seu carro na traseira do carro da frente, e a visão das lanternas o ajudava a dirigir. O carro da frente andava, ele andava junto, o carro da frente parava, ele parava junto, aí então o carro da frente não mais andou, e ele muito irritado, começou a buzinar, esbravejando: -oh rapaz! não vai andar não? Ao que o outro respondeu:- como é que eu vou andar, se estou dentro da minha garagem?
Todos comentavam o fato e tentavam, cada um a sua maneira, se espelhar, nesse grande exemplo de coragem e firmeza diante da vida.

22 de Abril de 2009 06:30