Querido Brógui:
Não sei se acontece com todo mundo, mas sei que acontece com muita gente: aquele dia, ou aqueles dias em que a gente tem uma vontade enorme de curtir uma reclusão (ou exclusão mesmo). Sabe como? É não querer nenhuma espécie de interação social, nenhum contato com o mundo e seus habitantes.
“O ser humano é um ser gregário”, já dizia o antropólogo. Verdade inegável, posto que desde os primórdios os hominídeos procuraram juntar-se e com isso garantir a sobrevivência da espécie.
Sou normal, sou humana: gosto de falar (ando até numa fase exageradamente falastrona), gosto de ouvir, mas hoje acordei com o meu lado eremita em flor.
Acordei um tanto quanto quebrada. Fisicamente, quero dizer. Essa batida que venho vivendo há algumas semanas, de ficar cuidado de um pequeno e nada pesado rotweiller, já vem trazendo suas consequências.
Acordei também um tanto quebrada emocionalmente. Tenho sido muito demandada ultimamente, coisa normal para uma pessoa normal que assuma responsabilidades.
Divagação nº 1: Há quem desenvolva uma capacidade (para mim estranha) de “andar” para qualquer assunto que não lhe diga respeito diretamente. E com o passar do tempo, a gama de assuntos que não lhe dizem respeito diretamente aumenta em proporções geométricas, a ponto de quase nada ser considerado de seu interesse ou da sua conta. Obviamente, aquilo que não é de sua conta certamente há de ser da conta de alguém. Conclusão: na medida em que alguém retira de si comprometimentos, alguém os toma para si, gerando uma distribuição injusta de aporrinhações. Obviamente também é que, o omisso, como bom omisso que é, também “anda” para a distribuição injusta de aporrinhações, porque afinal de contas, isso não é de sua conta.
Então, voltando à vaca fria, já acordei hoje meio cansada e fiquei muito feliz em ver que apenas eu estava de pé. Fiz meu cafezinho, comi minha torradinha, li uns trechos da Veja (só pedacinhos, pra não cansar muito a cabeça), tudo no maior silêncio para poder curtir esse delicioso momento solitário, fazê-lo estender-se o mais possível.
São mais ou menos dez horas da manhã e eu ainda não precisei falar com ninguém, nem ouvir, nem sorrir, nem trocar o curativo da Ala, nem decidir o que vamos almoçar, nadinha. Estou só, maravilhosamente só no meu cafofinho. Como não posso me transportar para uma dimensão paralela, nem congelar todo o mundo, vou ficar aqui, em silêncio, escondidinha, com a esperança (vã) de que hoje, pelo menos por hoje, esqueçam que eu existo.
Não sei se acontece com todo mundo, mas sei que acontece com muita gente: aquele dia, ou aqueles dias em que a gente tem uma vontade enorme de curtir uma reclusão (ou exclusão mesmo). Sabe como? É não querer nenhuma espécie de interação social, nenhum contato com o mundo e seus habitantes.
“O ser humano é um ser gregário”, já dizia o antropólogo. Verdade inegável, posto que desde os primórdios os hominídeos procuraram juntar-se e com isso garantir a sobrevivência da espécie.
Sou normal, sou humana: gosto de falar (ando até numa fase exageradamente falastrona), gosto de ouvir, mas hoje acordei com o meu lado eremita em flor.
Acordei um tanto quanto quebrada. Fisicamente, quero dizer. Essa batida que venho vivendo há algumas semanas, de ficar cuidado de um pequeno e nada pesado rotweiller, já vem trazendo suas consequências.
Acordei também um tanto quebrada emocionalmente. Tenho sido muito demandada ultimamente, coisa normal para uma pessoa normal que assuma responsabilidades.
Divagação nº 1: Há quem desenvolva uma capacidade (para mim estranha) de “andar” para qualquer assunto que não lhe diga respeito diretamente. E com o passar do tempo, a gama de assuntos que não lhe dizem respeito diretamente aumenta em proporções geométricas, a ponto de quase nada ser considerado de seu interesse ou da sua conta. Obviamente, aquilo que não é de sua conta certamente há de ser da conta de alguém. Conclusão: na medida em que alguém retira de si comprometimentos, alguém os toma para si, gerando uma distribuição injusta de aporrinhações. Obviamente também é que, o omisso, como bom omisso que é, também “anda” para a distribuição injusta de aporrinhações, porque afinal de contas, isso não é de sua conta.
Então, voltando à vaca fria, já acordei hoje meio cansada e fiquei muito feliz em ver que apenas eu estava de pé. Fiz meu cafezinho, comi minha torradinha, li uns trechos da Veja (só pedacinhos, pra não cansar muito a cabeça), tudo no maior silêncio para poder curtir esse delicioso momento solitário, fazê-lo estender-se o mais possível.
São mais ou menos dez horas da manhã e eu ainda não precisei falar com ninguém, nem ouvir, nem sorrir, nem trocar o curativo da Ala, nem decidir o que vamos almoçar, nadinha. Estou só, maravilhosamente só no meu cafofinho. Como não posso me transportar para uma dimensão paralela, nem congelar todo o mundo, vou ficar aqui, em silêncio, escondidinha, com a esperança (vã) de que hoje, pelo menos por hoje, esqueçam que eu existo.
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Um comentário:
Fatinha:
Sei bem o que é isso... pois adoro ficar quieta no meu canto. É duro quando não dá pra ser...
Beijo.
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