Tinha eu cerca de quinze anos e minha irmã, colada em mim, quatorze. Éramos adolescentes cheias de sonhos materiais, vivendo numa família de classe média, ao todo com oito filhos em idades diferentes, exigindo cuidados e necessidades em diversas escalas.
Os maiores, entre eles minha irmã mais velha, começaram cedo na batalha pela sobrevivência, mais com o intuito de, como era salutar nos bons tempos, cooperar com as despesas da casa. Vivíamos, naquela época, na corda bamba das finanças, haja vista que para suprir boa formação para todos, minha saudosa mãe tinha que batalhar numa máquina de costura até altas horas da madrugada.
Lembro aqui, com grande carinho, que ali, com a força propulsora de minha mãe, meus irmãos que cooperavam nas despesas iniciaram um processo de rearranjo da nossa vida, comprando para nossa casa a primeira máquina de lavar, a primeira TV, a geladeira maior, já imprescindível numa casa com tantos ocupantes.
Passa agora, pela minha memória, como o exemplo é importante na vida. Acho que ali, exatamente naquela época, aprendemos todos a ser grandes administradores. Com a orientação dos pais e com as vivências dos irmãos maiores, aprendemos a dosar nossos anseios, a programar compras fúteis, a priorizar necessidades.
Mas eu e minha irmã mais próxima de mim vivíamos os arroubos da adolescência e carecíamos de tudo o que mocinhas como nós exibiam com orgulho, tais como anéis, pulseiras coloridas, roupas da moda etc.
Me vem à lembrança e me emociona muito lembrar que, talvez para pôr fim a essa nossa premente necessidade, minha irmã, com muita dificuldade e deixando para trás seus próprios sonhos materiais, chegou em casa um dia nos fazendo a grata surpresa de nos presentear com um anel de pérolas. Aquele presente, tão destoante da nossa condição financeira - pois não tínhamos o básico -, nos tornou, naquele momento, duas princesas.
Era um anel de ouro 18 quilates, fininho e tinha uma pérola legítima rodeada de pequenos brilhantes. Os dois eram idênticos, diferindo apenas no tamanho.
Revivo aqui esse momento importante de minha vida, que ressaltou na minha mente de adolescente mais do que o grande presente, o grande desapego de minha irmã em desembolsar, por longos meses, uma quantia considerável do seu salário para nos fazer felizes.
Tivemos essa pérola no dedo por muitos e muitos anos ainda, enquanto a grossura dos nossos dedos permitiu e constato que essa foi a minha primeira e única pérola.
Os maiores, entre eles minha irmã mais velha, começaram cedo na batalha pela sobrevivência, mais com o intuito de, como era salutar nos bons tempos, cooperar com as despesas da casa. Vivíamos, naquela época, na corda bamba das finanças, haja vista que para suprir boa formação para todos, minha saudosa mãe tinha que batalhar numa máquina de costura até altas horas da madrugada.
Lembro aqui, com grande carinho, que ali, com a força propulsora de minha mãe, meus irmãos que cooperavam nas despesas iniciaram um processo de rearranjo da nossa vida, comprando para nossa casa a primeira máquina de lavar, a primeira TV, a geladeira maior, já imprescindível numa casa com tantos ocupantes.
Passa agora, pela minha memória, como o exemplo é importante na vida. Acho que ali, exatamente naquela época, aprendemos todos a ser grandes administradores. Com a orientação dos pais e com as vivências dos irmãos maiores, aprendemos a dosar nossos anseios, a programar compras fúteis, a priorizar necessidades.
Mas eu e minha irmã mais próxima de mim vivíamos os arroubos da adolescência e carecíamos de tudo o que mocinhas como nós exibiam com orgulho, tais como anéis, pulseiras coloridas, roupas da moda etc.
Me vem à lembrança e me emociona muito lembrar que, talvez para pôr fim a essa nossa premente necessidade, minha irmã, com muita dificuldade e deixando para trás seus próprios sonhos materiais, chegou em casa um dia nos fazendo a grata surpresa de nos presentear com um anel de pérolas. Aquele presente, tão destoante da nossa condição financeira - pois não tínhamos o básico -, nos tornou, naquele momento, duas princesas.
Era um anel de ouro 18 quilates, fininho e tinha uma pérola legítima rodeada de pequenos brilhantes. Os dois eram idênticos, diferindo apenas no tamanho.
Revivo aqui esse momento importante de minha vida, que ressaltou na minha mente de adolescente mais do que o grande presente, o grande desapego de minha irmã em desembolsar, por longos meses, uma quantia considerável do seu salário para nos fazer felizes.
Tivemos essa pérola no dedo por muitos e muitos anos ainda, enquanto a grossura dos nossos dedos permitiu e constato que essa foi a minha primeira e única pérola.
Visitem Adir Vieira
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Um comentário:
Muito bom, adorei!
Gosto muito de ler suas memórias também!
Beijo!
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