O MAL NA VIDA
Se eu fosse um cão
Não ia querer teu pão
Numa tigela fedida
Num canto do teu porão.
Não ia querer tua acolhida,
Nem teus restos de comida,
Nem tua “boa vontade”,
Nem tua vida fedida.
Não queria tua amizade,
Nem tua dificuldade.
Dos teus afagos sutis
Eu não teria vontade,
Porque teus gestos febris
São tentativas senis
De esconder o abismo
De teus desejos sutis.
Estou farta do teu egoísmo,
Conviver com teu sadismo,
Náufraga só nesta ilha
Formada de escarpas e abismo.
Não seria cão com presilha.
E sinto que Deus me humilha
Me jogando neste porão
Em que, por desgraça, sou tua filha.
Inspirado no verso “Se eu fosse um cão”, do post O Sal da Vida, de Leandro M. de Oliveira.
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