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terça-feira, 30 de junho de 2009

A Vida Continua... - por Ana

Tramo meus ardis sozinha, longe de você. E isso te interessa? Nem um pouco, eu mesma respondo. E vou vivendo, sonhando, querendo, deslizando, orientando minhas vontades para tão distante de seus caprichos e de sua cama. Desejo a sua morte, lenta ou fulminante... não importa. Eu quero é liberdade. Eu tive um sonho, nele você não estava e justamente por isto foi tão bom. Desapareça de uma vez antes que eu perca a cabeça. Não quero me prejudicar ainda mais por sua causa, não quero esta prisão, este caos, esta loucura. Não há entendimento, não há relação, nem ao menos um olhar. Solidões paralelas em mundos que se chocam, isto sim é o que há. Impossível prosseguir. Anos de maus tratos e eu ainda aqui, numa obrigação legal e imoral. Estou enlouquecendo, eu sinto. Há pensamentos nebulosos se formando dentro de mim, ânsias antigas que se agigantam e me dominam. Cada vez mais me delicio com este prazer futuro e me assusto por não encontrar remorso, mesmo procurando com os potentes holofotes de minha consciência. Sim, estou consciente, cada vez mais. É só isso. Devo agir. Foi o que aprendi desde cedo: não se deve reprimir os desejos. Sou uma boa aluna. Percebo nitidamente, agora, que completei meu aprendizado. Você sempre fez tudo que teve vontade, manifestou seus desejos de forma crua, direta, absoluta e cruel. Todas as vezes em que tentei me matar, agiu como se nada tivesse acontecido. Agora é minha vez de ignorar e a sua de ir embora. Esta limitação que te prende ao leito e te impede as reações me deu força e coragem para decidir. O travesseiro que te amacia os sonhos te trará sono eterno.
Está feito. E eu, liberta, sem memórias, apenas um caminho à frente. Antes de partir repito a seu corpo o que tantas vezes ouvi dos lábios de seu egoísmo: “Me importar? Eu? A vida continua.”.
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2 comentários:

Sebastião Ribeiro disse...

Muito bom, Ana, mesmo.
Como sempre você é muito amável, obrigado. Um abraço!

Ana disse...

Obrigada, Ribeiro.
Beijo.