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O teto era de madeira, somente madeira; aparentemente dispensaram, mesmo que temporariamente, o uso do verniz. E nesse teto só há uma lâmpada, simples e sozinha, empoeirada e ignorável.
No quarto também havia um único guarda-roupa, mogno, de casal, trancado misteriosamente à chave, deixando minha curiosidade elétrica, capaz de ultrapassar o mogno e vasculhar seu interior em busca de um amante perdido. Aqui há também duas camas, de solteiro, obviamente ignorando a presença de um guarda-roupa para casal e se desfazendo em dois, um de cada lado, em mogno, propriamente dizendo.
Da janela, mediana, de madeira, pintada a verniz, eu vejo a rua, vejo a vida. É assim que ela entra, com o vento, mas o meu ventilador a captura antes que eu possa saboreá-la e a transforma em tédio. A cortina, azul, balança... ora com a vida ora com o tédio, o que faz o sono despencar sobre minhas pupilas e me querer fazer lutar contra tudo isso.
Posso ouvir o portão se abrindo, se fechando, e mesmo que você não esteja aqui, como o sol para iluminar minha vida, consigo sentir o mormaço da sua voz, a temperatura da sua pele, e então começo a soar saudade misturada com rancor e deixo tudo pingando no assoalho de madeira.
A vida lá fora, a que eu consigo ver, continua sem mim, ela se faz sem mim, como se pudessem me trocar por um programa ridículo da TV de domingo, como se a minha presença solitária nesse quarto pudesse ser apagada em segundos, e ninguém se lembrará de mim.
E eu continuo aqui, esparramada e confortavelmente extasiada em uma das camas, observando a vida, sentindo o tédio e o seu mormaço, pingando a saudade, e mesmo que tudo nunca volte ao normal, e mesmo que eu seja apagada de sua vida, continuarei aqui, no quarto, lutando bravamente contra minha própria coragem.
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O teto era de madeira, somente madeira; aparentemente dispensaram, mesmo que temporariamente, o uso do verniz. E nesse teto só há uma lâmpada, simples e sozinha, empoeirada e ignorável.
No quarto também havia um único guarda-roupa, mogno, de casal, trancado misteriosamente à chave, deixando minha curiosidade elétrica, capaz de ultrapassar o mogno e vasculhar seu interior em busca de um amante perdido. Aqui há também duas camas, de solteiro, obviamente ignorando a presença de um guarda-roupa para casal e se desfazendo em dois, um de cada lado, em mogno, propriamente dizendo.
Da janela, mediana, de madeira, pintada a verniz, eu vejo a rua, vejo a vida. É assim que ela entra, com o vento, mas o meu ventilador a captura antes que eu possa saboreá-la e a transforma em tédio. A cortina, azul, balança... ora com a vida ora com o tédio, o que faz o sono despencar sobre minhas pupilas e me querer fazer lutar contra tudo isso.
Posso ouvir o portão se abrindo, se fechando, e mesmo que você não esteja aqui, como o sol para iluminar minha vida, consigo sentir o mormaço da sua voz, a temperatura da sua pele, e então começo a soar saudade misturada com rancor e deixo tudo pingando no assoalho de madeira.
A vida lá fora, a que eu consigo ver, continua sem mim, ela se faz sem mim, como se pudessem me trocar por um programa ridículo da TV de domingo, como se a minha presença solitária nesse quarto pudesse ser apagada em segundos, e ninguém se lembrará de mim.
E eu continuo aqui, esparramada e confortavelmente extasiada em uma das camas, observando a vida, sentindo o tédio e o seu mormaço, pingando a saudade, e mesmo que tudo nunca volte ao normal, e mesmo que eu seja apagada de sua vida, continuarei aqui, no quarto, lutando bravamente contra minha própria coragem.
Visitem Duanny
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Um comentário:
DUANNY!!!!!!
QUÉ ISSO, MININA?!!!!!
ARREBENTOU DE VEZ!!!!
GRANDE DUANNY!
MUITO BOM!
ADOREI!!!
Beijo!
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