Chão de paralelepípedos unidos por grama verdinha no pátio do lugar onde trabalho. Mangas maduras caídas, manchando o chão meio coberto de folhas secas, deixando no ar o odor adocicado da infância, quando existia um quintal com a copa da frondosa árvore, a mangueira da casa do vizinho, debruçada para além do muro.
Imediatamente estou outra vez lá. Experimento a segurança e o conforto do cheiro de manga pisada, caída do pé, ao mesmo tempo em que o corpo adulto se arrepia de medo, enquanto a menina sente nos cabelos e no rosto, a mesma ventania que sacudiu os ramos da árvore e abalou uma tarde calma de fim de primavera.
Foi assim que transpus, no mesmo instante, a ponte para o passado, expressada pelo conjunto de lembranças impregnadas de emoção e ancoradas nas impressões dos sentidos.
A partir de então, por todo o dia eu estaria habitada por recordações do tempo de menina naquele quintal e repassaria todos os acontecimentos que me viessem à mente, agora com a perspectiva da mulher, domando as emoções ainda deslocadas, podendo compreender e reescrever essa parte da história da minha vida.
Imediatamente estou outra vez lá. Experimento a segurança e o conforto do cheiro de manga pisada, caída do pé, ao mesmo tempo em que o corpo adulto se arrepia de medo, enquanto a menina sente nos cabelos e no rosto, a mesma ventania que sacudiu os ramos da árvore e abalou uma tarde calma de fim de primavera.
Foi assim que transpus, no mesmo instante, a ponte para o passado, expressada pelo conjunto de lembranças impregnadas de emoção e ancoradas nas impressões dos sentidos.
A partir de então, por todo o dia eu estaria habitada por recordações do tempo de menina naquele quintal e repassaria todos os acontecimentos que me viessem à mente, agora com a perspectiva da mulher, domando as emoções ainda deslocadas, podendo compreender e reescrever essa parte da história da minha vida.
Visitem Alba Vieira
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Um comentário:
Muito bonito, Alba!
Gostei!
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