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domingo, 3 de maio de 2009

A Ginástica das Velhinhas - por Adir Vieira

Faço parte de um grupo de velhotas na faixa de 55/65 anos que, para seguirem a moda e cumprirem o que os clínicos receitam, tiram quase metade do seu dia na maratona em prol da saúde.
Para começar, ao acordar, após os primeiros cuidados com a higiene, troco as roupas de dormir pelo uniforme de ginástica e após o café magro – para justificar a minha necessidade de emagrecer – caminho até a praça principal e lá me encontro com as quinze colegas, ensaiando exercícios já ministrados pelo instrutor da associação de bairro em dias anteriores.
Afinal, se é para seguir a moda, todas temos que, a exemplo do que ocorria em nossa juventude, exibir nossa melhor performance na concorrência umas com as outras.
Quando a aula se inicia, já quase metade do grupo mostra-se cansada, com a alma saindo pela boca, deixando de lado, forçosamente, a capacidade de fazer um bom papel para o instrutor.
Começo a reparar que, de umas semanas para cá, o uniforme composto de calça comprida azul-marinho e camiseta branca de meia manga, com o logotipo da associação estampado na frente, apresenta-se agora adornado, segundo sua dona, de uma forma diferente. Umas exibem faixas coloridas na cintura, outras o enfeitam com grandes colares de penas, sem contar ainda com as várias pulseiras plásticas que, em cada braço, lançam no ar música compassada ao ritmo dos movimentos pelas batidas dos pés e mãos.
As calças compridas, agora, assumiram comprimentos diferenciados, a fim de mostrarem parte das pernas mais definidas pelo bom resultado dos exercícios.
As blusas, antes tão idênticas no grupo, mesclam-se com camisetas cavadas e tops listrados numa tentativa de diminuírem anos de vida, se possível fosse.
Todas nós, no entanto, beneficiadas com o aquecimento, ao final de cada aula, extrapolamos na medida exata dos sorrisos abertos, das palestras sobre qualquer assunto, enfim, da alegria inconfundível de estarmos vivas.
E timidamente eu me pergunto – resistiremos até quando?



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Um comentário:

Ana disse...

Demais!
Adorei!
Mais uma vez, lá estou eu. Desta vez, junto com as velhinhas e suas tentativas, alegrias e frustrações.
Muito bom!