Meu coração está órfão. De amor compartilhado.
Uma menininha tranqüila, cabelos compridos, bem penteados, saia pregueada impecável, blusa perfeitamente costurada para ela, sapatos limpos que cobrem meias três quartos muito alvas, senta-se de pernas cruzadas, cotovelos sobre os joelhos, mãos entrelaçadas que apóiam o queixo, cabeça baixa olhando o chão, acompanhando a sombra que se move diante e após si, ponteiro exato dos dias que se escoam, aguardando, neste lugar isolado, seguro, agora na penumbra, o retorno que virá em breve.
Então, enquanto se levanta para receber sua companhia, que inunda de claridade tudo à volta ao abrir a porta, modifica-se lentamente e, já de pé, é uma mulher que abraça e recebe de volta, feliz.
Uma menininha tranqüila, cabelos compridos, bem penteados, saia pregueada impecável, blusa perfeitamente costurada para ela, sapatos limpos que cobrem meias três quartos muito alvas, senta-se de pernas cruzadas, cotovelos sobre os joelhos, mãos entrelaçadas que apóiam o queixo, cabeça baixa olhando o chão, acompanhando a sombra que se move diante e após si, ponteiro exato dos dias que se escoam, aguardando, neste lugar isolado, seguro, agora na penumbra, o retorno que virá em breve.
Então, enquanto se levanta para receber sua companhia, que inunda de claridade tudo à volta ao abrir a porta, modifica-se lentamente e, já de pé, é uma mulher que abraça e recebe de volta, feliz.
Inspirado na pintura Tesouro da Infância, de Alba Vieira.
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5 comentários:
Comentário por Casé — 14 janeiro 2009 @ 1:59
Lindo, tocante mesmo. Parabéns!
Comentário por Ana — 25 janeiro 2009 @ 17:03
Casé:
Mais uma vez, muito agradecida por seu elogio. Vindo de você, significa muito, posto que todos aqui sabem o quanto você é talentoso.
E achei engraçado este texto ser comentado (e até elogiado) porque, particularmente, eu não gosto muito dele. Postei porque achei que combinava com o título da pintura…
Abraço.
Oi, Ana.
Finalmente tive tempo de ver o texto novamente e devo dizer que não mudo nada do que disse antes.
Há beleza no texto e isso não discuto!
Comigo também acontece isso às vezes, sabia?
Olha só, uma das músicas do Chico Buarque que eu mais admiro é Carolina. Ele, entretanto, já deu uma entrevista dizendo que não gosta dessa música. Pode?
Abração!!!!
Casé:
Muito obrigada por seus elogios! Agradeço emocionada!
Poxa! O Chico não gostar de Carolina?!
Os escritores/compositores têm destas coisas...
Um abraço!
Pois é...
Ele disse que fez essa música às pressas para participar de um festival(da Record, eu acho) e que não gostava muito dela, não.
Aí o Caetano quando soube disso, falou:
O Chico é louco!!!
rsrs
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