Fingindo não sofrer ao lembrar seu semblante
Revelar os sentimentos do meu ser não acendeu sua estrela
Amores do passado transformam-se em arrependimentos eternos
Vivo lado a lado com meus erros grotescos numa reconquista fracassada
A ausência é a cortante navalha que vejo perfurar-me
Talvez se eu tivesse diamante nas palavras e ouro nos dedos você voltaria
Agora como levar a vida pra frente fingindo não sofrer?
Veias dormentes que precisam teu sangue e tua carne
Imagino meu futuro trazendo meu passado pro presente
Aquela foi a mulher de semblante magicamente inesquecível
Impossível quebrar as barreiras que construí pra distanciá-la
Talvez se eu fosse um velho de barbas longas e cara de sábio você estaria aqui
Subir na laje e fazer serenata de um caçador apaixonado não coibiu o bastante
Quem dera fosse invisível pra estar perto do meu grande amor
Meu cérebro congelou-se em você após a neblina
A beleza matutina é a cortina que avisto com semblante do seu rosto
Minha guerra com minha mente é pra te esquecer
Minha guerra com o coração é pra reconquistar-te sem ser conquistador
Sua face e seu semblante lutador desconhecem meus gemidos chamando-te
Ruínas perseguem-me como feitiço de atos perigosos que te afastaram
No caminho rotineiro lembranças das canções que nos embalaram igualmente
Vejo-me esperando-te, você está bem na frente, por outro caminho e não vai voltar
Fui um péssimo soldado na luta pelo amor
Aqui armado completamente vejo a última batalha acabar
Por isso vou me calando
Nada mais vai acontecer
Seu semblante será a bala perdida a me perfurar
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2 comentários:
Comentário por Alba — 17 janeiro 2009 @ 15:34
Gostei muito das imagens que você utilizou.
Comentário por Ana — 22 janeiro 2009 @ 17:21
Muito bom, especialmente o final!
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