Sabia que, como nos outros anos, ele não iria lembrar da data.
Atribuía sempre ao seu esquecimento o fato de que outras eram as datas marcantes – a que me conheceu, a do nosso reencontro… – mas nunca a do nosso primeiro dia na mesma casa, como marido e mulher.
Houve tempos em que muito me decepcionou e não tendo papas na língua, cuspia minha insatisfação em reclamações, quase obrigando-o a pedidos de desculpas e pagamentos de prendas para que eu voltasse ao normal.
Houve tempos em que abominei minha família, alguns amigos, por nesse dia não me parabenizar.
Houve outros tempos em que pensei em formalizar nossa união só para, como todo o mundo, dar o que a sociedade exigente pedia.
Hoje, já decorridos tantos anos, vejo que se essa formalização não se dá nos corações, não adiantarão datas, locais, fotos, pois tudo morrerá ao longo do tempo.
Tempos como o de hoje em que, segura e fortalecida, percebo que passou o dia e eu também esqueci.
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Um comentário:
Comentário por Ana — 19 janeiro 2009 @ 11:52
O final é inesperado! ADOREI!!!!
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