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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Lucidez - por Alba Vieira

Ah, seu moço! Quer saber? Eu tenho vivido de lendas… Porque isso é bom, aquilo é ruim; pode isso, não pode aquilo; tenho que isto, tenho que aquilo outro. Tudo já pronto, sem possibilidades. Agora chega! Vou sair desta camisa de impedimentos e regras pra me encontrar: pela experiência.
Sei lá como eu sou! E posso saber, com tantas coisas que foram coladas em mim sem me perguntarem antes se tinham algo a ver comigo? Pois é: quem não se toca um dia para esta armadilha permanece amarrado, a existência inteira de pernas pro ar, balançando pra lá e pra cá ao sabor dos movimentos da Vida. Seria bom aproveitar: que de cabeça pra baixo o sangue circula melhor e pode iluminar a mente para a descoberta fatal: eu sou único, sem igual.
É, moço, cansei de balançar. Quero ser firme, ter direção certa: a dos meus próprios passos. E isto só posso saber andando. E, de preferência, sem outra companhia que não eu mesmo. Para poder me concentrar e perceber cada pedacinho do caminho: olhando as maravilhas, atento aos acidentes do terreno, aproveitando e seguindo os atalhos, apanhando chuva, me deixando levar pelos ventos, iluminado pela claridade do sol forte, andando a esmo nos momentos de neblina cerrada norteado apenas pela intuição, molhando meus pés descalços nas águas frias ou quentes, curando as feridas destes mesmos pés depois de finalmente fazer as escolhas certas, pegando a estrada que me levará para onde meu coração apontar.
Vou me descobrir. Ou, quem sabe, me construir outra vez, depois de me pôr abaixo diante do meu primeiro olhar lúcido desta encarnação.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Comentário por Ana — 19 janeiro 2009 @ 11:51

Muito bom!