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Eróticos.)




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Impedimento - por Ana

Eu me curvo diante da vida
com meus olhos abaixados
que, de forma criativa,
olham pra ambos os lados.

Se não posso ir adiante,
eu procuro uma saída
que me mostre, retumbante,
ser possível a escapulida.

Se é pra frente que se anda,
pelo lado abro caminhos.
Sei que é a vida quem manda,
então finjo que cedo, um pouquinho.

Uso a minha inteligência
para criar condições
de moldar, com paciência,
estupendas soluções.

Vou saindo, de fininho,
procurando outra estrada
que me leve, de mansinho,
à meta tão desejada.

Se, de todo, não consigo
encontrar atalhos, pontes,
confabulando comigo
resolvo voltar à fonte.

Volto ao ponto de partida,
onde a vida me barrou,
inicio a minha lida
ali, no ponto em que estou.

Vou construindo, seguros,
degraus que me possam levar
ao outro lado do muro
que me impede de passar.

Enquanto trabalho, aprendo,
com a espera, algumas lições:
que se consegue, fazendo,
e o quanto importam as ações.

Se eu sentasse e chorasse,
morresse de dar cabeçadas,
esperneasse, chutasse,
tentasse passar a pedradas...

De nada adiantariam
tamanhas encenações,
pois em nada abalariam
a vida e suas razões.

Mas construindo a escada
que me leva ao outro lado
aceito a minha escalada
e o meu esforço suado.

Com isso me sinto forte
capaz, com poder enorme
de não depender da sorte,
pois sonhar é pra quem dorme.

E chegando em cima, enfim,
vislumbro mil horizontes
que se reservam a mim
e aos que bebem destas fontes.

São mil possibilidades
entre as quais posso escolher,
pesando necessidades
e aspirações do meu ser.

Então, olhando para trás,
avaliando de onde vim,
percebo o que a vida faz
quando me nega o sim.

Ela me dá condição
de tentar amadurecer
gerando a situação
que me faz parar p’ra ver

que sou bicho limitado,
que sou alma aprendiz,
que meu mundo equilibrado
está sempre por um triz.

E de uma forma absoluta,
a paisagem então me diz
que, sem ter encarado a luta,
eu nunca seria feliz.

.

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