o fado inda tem seus feitores;
vencido o embuste do vil metal,
priva, então, da ternura das flores.
O tempo garboso, em suas alfaias,
sisudo passa, e nunca envelhece;
trombetas naturais, tocam os atalaias
a alma ouve, mas logo esquece.
Às vezes o ciclo da liça,
renova a surrada lição;
o ventre desafia a preguiça,
e as pedras se partem em pão.
A tinta verde breve se esvai,
a cinza inda enche a pena;
sonho fecha a porta e sai,
enquanto realismo, encena.
Flocos de neve já cobrem o pêlo,
efeito estufa? Desconhece o tal.
Hibernam quimeras, utopias, apelos,
e o ser volta à era glacial…
Resignado lamento, menos que isto,
por apurar a vista, quando tarde é;
masmorra fez o Conde de Monte Cristo,
e a liberdade faz a nobreza da ralé.
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