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domingo, 16 de janeiro de 2011

Duelando Manchetes XI: Homossexualidade - por Leila Dohoczki

Discutir homossexualidade, em uma sociedade cuja maioria é heterossexual e onde predominam o machismo e o falso moralismo, me parece um tanto quanto desleal. Talvez fosse melhor discutir-se sobre relacionamentos humanos, de uma forma mais generalizada.

Os seres humanos são compostos de elementos químicos, que determinam tudo, desde sua aparência, até sua preferência sexual, não sem passar pelas habilidades para artes, Ciências, raciocínio lógico e personalidade. Não confundir personalidade com caráter.

Todos reagem a estímulos olfativos, visuais, do paladar, ao toque, a palavras, a ambientes, a gestos etc. O que mostra que nada mais somos, fisicamente falando, do que intermitentes, incessantes e intensas reações químicas interpretadas pelo cérebro. Partindo deste princípio e considerando que a progesterona e a testosterona reagem melhor entre si, no sentido de gerar novos indivíduos, não significa que reações químicas que não geram outros indivíduos não sejam normais. São tão normais que acontece entre outras espécies também.

É isso que acontece? Por que isso acontece? Não sei. Talvez isso deva ser uma preocupação da ciência e não uma preocupação da sociedade.

A nós cabe a preocupação em sermos produtivos, éticos e a manutenção da união pacífica entre as pessoas. Opções sexuais não incapacitam nenhum indivíduo para o trabalho, nem ao desenvolvimento intelectual e, como qualquer outra pessoa, os homossexuais dispõem de habilidades intelectuais e artísticas, estando sujeitos às mesmas leis que qualquer cidadão. Qualquer relação humana, baseada no respeito, tem valor.

A imoralidade está presente entre heterossexuais, bissexuais, homossexuais e não está, ou pelo menos não deveria estar, associada à opção sexual de ninguém. Duas pessoas do mesmo sexo que se entregam a carícias íntimas sem nenhum pudor em local público são tão imorais quanto um casal hetero fazendo o mesmo. A imoralidade não está na escolha, está no comportamento, na promiscuidade, na associação do sexo mais com o prazer do ato, do que com o prazer do encontro de duas almas.
É preciso considerar que em quatro milhões de anos, não nos cabe mais agir como animais, pelo instinto de perpetuação da espécie, nos entregando à diversificação de parceiros sexuais, nem aos prazeres físicos que duram alguns instantes. Podemos e queremos nos entregar a relações duradouras e prazeres maiores que os identificados pelo córtex cerebral...

Creio em Deus e em sua infinita sabedoria. Tudo criado por Ele é perfeito. A imperfeição está na forma como vemos, utilizamos e interagimos com a criação.
Qual de nós seria nomeado juiz da humanidade, se não somos capazes de julgar nem nossos próprios atos? Lembremo-nos que nem tudo que é ético é moral e nem tudo que é moral é ético; precisamos nos valer do bom senso, do respeito à individualidade. Isso é ser fraterno, é reconhecer que somos todos irmãos em Cristo e que só o Pai julga, absolve ou condena cada um de nós por nossos próprios atos. Não enxergar no semelhante um irmão contraria o segundo mandamento (Marcos 12,28-34) e nos faz desobedientes aos olhos de Deus.

Não defendo a imoralidade, nem a banalização do sexo, nem a promiscuidade, mas sim o direito de “ser” de cada um, com o livre-arbítrio que nos foi dado por Deus, com a consciência do que somos e com a “razão” que nos faz percorrer os caminhos, porque isso nos faz humanos.

Defendo o cumprimento da legislação do meu país por todos os cidadãos, a igualdade de direitos e deveres, mas não a desmoralização da família e a disseminação de conceitos errôneos sobre liberdade e direito, que se dá por estereótipos femininos ou masculinos vulgares que incentivam a promiscuidade e a banalização das relações humanas. Entenda-se por família a entidade responsável pela transmissão de valores, pelos cuidados, pelo amor e pela educação, lembrando-se que a palavra família é muito mais ligada à espiritualidade do que à herança genética - já que muitas crianças vivem em laços familiares distantes dos ventres que as geraram -, portanto, à convivência com pessoas que lhes deem amor e cuidados, em ambientes em que se sintam protegidas e que podem despertar-lhes o sentimento de família.

O “ser” é simplesmente, naturalmente. Não precisa de razões, nem de explicações, nem de estereótipos, porque o “ser” é íntimo, é na alma, independente de aprovação ou reprovação de quem quer que seja, portanto o melhor caminho não é excluir ninguém, mas viabilizar a convivência pacífica e justa de todos com base no respeito e na igualdade.

Independente do que diz a ciência, nem eu, nem você que está lendo este texto agora, nem a sociedade como um todo, nem mesmo as religiões mudam o fato de que todo ser humano busca a felicidade no prazer em realizar, em construir seus sonhos e se imortalizar no amor. Se existem diferenças, é no âmago da essência humana que estão as similaridades. Tudo depende dessa percepção, que uns têm e outros não.
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