na beira do rio,
não dança, não canta,
não sabe voar.
Luz que rebrilha
no campo vazio,
no vago arrepio
do vento a tocar.
Ave cigana,
tantos desvios,
canto vazio,
navio a vagar.
Estrela cadente
perdida na noite,
fugindo da morte,
querendo brilhar.
Ave perdida
sou eu, no caminho.
Em mim, passarinho,
só quer descansar.
No campo, nas flores
buscando seu ninho
no bico, um carinho,
no peito, um luar.
Que vento de outono,
que pranto, que engano
soprou tantos planos
pra longe, no mar?
Ave esquecida
na mão do abandono
perdida, sem dono
e não pode voar.
Ave cigana
na beira do rio,
levando no canto
canções de ninar.
Mensagens ao vento
deixando na aurora.
Sou fauna e sou flora
querendo pulsar.
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Visitem Marilia Abduani
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Um comentário:
Que texto lindo! Que trás à tona o pulsar da natureza nas asas de uma ave cigana que me levou a pensar...meditar...voando pelo soprar de cada palavra....Um abraço marilia...
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