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domingo, 4 de janeiro de 2009

Expansão - por Alba Vieira

Há momentos nesta vida em que somos intimados a alterar comportamentos. É como se, finalmente, retirássemos o véu que nos impedia de enxergar claramente como são as coisas e as pessoas. Antes que o véu seja levantado, passamos tempo demais envolvidos com falsas idéias, conceitos e julgamentos errôneos sobre as mesmas situações e pessoas. Mas, a partir do instante mágico em que o quadro da realidade é, então, totalmente alcançado, é impossível voltar atrás. Estou num destes momentos agora.
É como se a Vida estivesse me empurrando até a beira de um abismo onde posso olhar do ponto mais alto de uma montanha, tendo a noção completa do todo lá embaixo e estivesse, entretanto, morrendo de medo de olhar para baixo. Poderia, ao ter a maravilhosa visão abrangente, tontear e cair, me espatifando entre os rochedos do fundo ou, então, vendo a paisagem infinita, perfeita e harmoniosa, inspirar o ar puro inflando os pulmões e saltar confiante sobrevoando (com meu sistema respiratório planador natural) as belezas incontáveis, descendo segura entre as árvores e, finalmente, pisando em solo fértil e aquecido.
É um ponto de mutação. É obrigatório escolher.
Não há como não olhar agora, a não ser que me faça cega. Ainda tenho esta opção, mas nunca quis isto, muito menos neste momento em que me amplio em tantas outras coisas. Identifico em minha vida uma sucessão de acontecimentos me levando ao mesmo ponto crucial: o desapego, a aceitação do que é, sem tentativa de controle, a obtenção do verdadeiro poder, de ser só o que se é, sem medo, sem resistências.
Se expresso o que sou apenas, aceito todo mundo do jeito que é, sem querer moldá-los antes para caberem nas exigências do meu olhar imaturo e equivocado, portanto, enganável.
É imperativo que eu, serenamente, encare cada pessoa dentro de cada possibilidade sua e simplesmente aceite.
Só assim atinjo a liberdade, me solto das amarras impeditivas, limitadoras, ofensivas da ilusão.
E, ao mesmo tempo que vou conseguindo olhar para cada pessoa e situação como de fato são, ajustando a minha maneira de interagir, deixando de ter um comportamento padronizando e teoricamente correto e adequado segundo minha visão idealista, torta, tomo posse da minha totalidade, integro a minha sombra e amadureço, ainda que tardiamente, ampliando meus limites, tornando-me então infinita que sou realmente.
Vejo tudo a partir de agora.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Comentário por Diza — 10 janeiro 2009 @ 16:53

Alba,
como vc escreve bem, hem?
adorei esse texto.
Parabéns e bjos. Diza