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Eróticos.)




segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Ciúme - por Marília Abduani

“Onde estiveste de noite”
que não chegaste mais cedo,
que te deixaste na rua?
Amor, tão frágil brinquedo.
O amor, que é tênue, que é um fio,
deixa os cabelos molhados,
corre, escorre feito um rio,
carente, desgovernado.
Onde deixaste teus pés
e penduraste o teu grito?
Lembra: O amor é infinito
e o ciúme, desgovernado.
“Onde estiveste de noite”
que não deixaste um aviso?
Sonhando, talvez, com a lua?
Inventando um paraíso?
Viva a santa liberdade,
ser livre, também machuca.
Onde estiveste de noite,
que despertaste o ciúme?
“A liberdade termina
quando a saudade cutuca.”
Clarice Lispector

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