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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A Loja de Roupas Femininas - por Adir Vieira

São quatro horas da tarde.
Encontro-me no segundo piso de um shopping famoso, exatamente no Centro Médico. Ali tudo parece que foi planejado para distrair os clientes enquanto aguardam aquelas horas intermináveis e, dependendo do caso, nervosas para o atendimento.
O local é em toda a sua extensão envidraçado de forma que ali parados eles possam visualizar outras áreas do shopping e sua rotina.
Ali estou eu, sentada de frente para uma loja de roupas femininas no andar de baixo.
A princípio, a própria loja me chama a atenção pelo seu bom gosto. Numa época em que tecidos e trajes estão totalmente desconexos, ali ainda se preza a harmonia das cores e os detalhes suaves que embelezam a vestimenta.
Não só as roupas, mas também a disposição dos balcões e das araras clamam por uma visita que seja só para apreciar.
Observo como as calças compridas são dispostas e dobradas. Se o desenho do bolso é o destaque, é ele que fica visível aos nossos olhos e o importante é que, diferentes na sua forma, mesmo empilhadas, convidam ao interesse de experimentá-las, pois os detalhes mais importantes nas peças sobressaem na pilha.
Ali, até a lixeirinha, colocada na porta das cabines de prova, é graciosa e adequada ao ambiente.
Nas vitrines o lápis vermelho também passou, mas consegue ser mais uma obra de arte, pela forma com que escreveu “liquidação”. Cada letra, para combinar com o negócio, mais parece uma silhueta de mulher. Não posso deixar de tentar formar na minha mente o profissional responsável por aquele feito.
Agora, o que me chama a atenção ali é uma senhorinha, de uns setenta anos, baixinha, vestindo jeans como uma menina de quinze anos que, sorridente, entra e se dirige à vendedora. Depois de trocarem algumas palavras que, eu de onde estou, não consigo ouvir, seguem para um dos balcões de blusas esportivas e bastante coloridas, embora não extravagantes. A senhorinha vira daqui e dali e sem qualquer timidez a cada peça tocada, coloca-a junto ao corpo e com gestos infantis se olha no espelho, aprovando ou não uma e outra. Como se aquela primeira experiência não fosse o bastante, arruma nos braços umas seis blusas e se dirige à cabine de prova. Percebo que de lá ainda ocupa a vendedora, devolvendo algumas peças e, ao retorno da mesma, entendo que pediu para trocar as cores. Depois de muitos minutos, sai da cabine feliz indicando apenas duas peças à vendedora. As duas então se encaminham para o caixa e depois disso não consigo ver mais nada, pois a enfermeira me chama.



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Um comentário:

Ana disse...

Olha, lembrei de mim quando li seu texto. Sou assim mesmo... TOC, TOC, TOC...
Beijos.