Fatinha, vamos sentar aqui nas cadeirinhas do litercafé para conversar sobre Hair, com bolo, cookies, chá e chocolate?
Eu vi Hair quando, por aqui, ainda estávamos sob os efeitos da ditadura. Fiquei maravilhada, assustada mesmo! Nunca havia entrado em contato com algo tão subversivo. Entrei em choque. Havia pessoas que questionavam tudo, como eu! O mundo não era formado por uma única massa cinzenta que possuía uma célula geneticamente modificada (eu)! Fiquei dias em êxtase e passei a ver o mundo de outra forma: ele era plural (talvez não tanto quanto deveria, mas era). Eu não estava sozinha nos meus questionamentos! Percebi, também, que brotava uma nova mentalidade entre os homens e que eu fazia parte daquilo, daquelas mudanças, pois nasci acreditando em coisas muito distintas de tudo o que via à minha volta. Porque o filme não fala apenas de hippies e guerra, ele trata da humanidade como um todo, de todas as crenças, as formas de relação, os conceitos enraizados, o modelo de estruturação social, a maneira de lidar com os próprios sentimentos e dos demais, a noção de que somos inevitavelmente interligados (humanos e planeta) etc. etc. etc. É um filme completo, amplamente questionador, corajoso, além de ser uma obra de arte. A trilha sonora é tão sensacional que comprei os discos logo após ver o filme e decorei todas as letras, na sequência, de tanto ouvir. A filmagem é espetacular, as cenas são inesquecíveis, mantendo o clima teatral, remetendo todo o tempo à peça. Milos Forman... Precisa dizer mais alguma coisa?
Até hoje, todas as vezes que entro em contato com algo que me lembre este filme, lá vou eu para frente da televisão, tão apaixonada por ele quanto sempre, tão revolucionária e rebelde quanto na adolescência, porque, passados já mais de 30 anos de lançamento do filme e 40 anos da primeira montagem da peça, ainda há temas abordados no roteiro que continuam sendo tabu e vêm rolando pelas gerações sem que haja novas formas de abordagem.
Talvez porque seja tão easy to be hard e, mesmo em plena era de Aquário, ainda não aprendemos a cumprimentar alegremente e sem temores o raiar dos novos dias.
E agora bye, companheira, que vou assistir ao filme pela zilionésima vez, como tu, acompanhada de um big pote de pipoca com nescau e leite condensado. Mas, se quiser assistir comigo, tá convidada!
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Sinopse: Interfilmes
Trailer: Turner Classics Movies
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Eu vi Hair quando, por aqui, ainda estávamos sob os efeitos da ditadura. Fiquei maravilhada, assustada mesmo! Nunca havia entrado em contato com algo tão subversivo. Entrei em choque. Havia pessoas que questionavam tudo, como eu! O mundo não era formado por uma única massa cinzenta que possuía uma célula geneticamente modificada (eu)! Fiquei dias em êxtase e passei a ver o mundo de outra forma: ele era plural (talvez não tanto quanto deveria, mas era). Eu não estava sozinha nos meus questionamentos! Percebi, também, que brotava uma nova mentalidade entre os homens e que eu fazia parte daquilo, daquelas mudanças, pois nasci acreditando em coisas muito distintas de tudo o que via à minha volta. Porque o filme não fala apenas de hippies e guerra, ele trata da humanidade como um todo, de todas as crenças, as formas de relação, os conceitos enraizados, o modelo de estruturação social, a maneira de lidar com os próprios sentimentos e dos demais, a noção de que somos inevitavelmente interligados (humanos e planeta) etc. etc. etc. É um filme completo, amplamente questionador, corajoso, além de ser uma obra de arte. A trilha sonora é tão sensacional que comprei os discos logo após ver o filme e decorei todas as letras, na sequência, de tanto ouvir. A filmagem é espetacular, as cenas são inesquecíveis, mantendo o clima teatral, remetendo todo o tempo à peça. Milos Forman... Precisa dizer mais alguma coisa?
Até hoje, todas as vezes que entro em contato com algo que me lembre este filme, lá vou eu para frente da televisão, tão apaixonada por ele quanto sempre, tão revolucionária e rebelde quanto na adolescência, porque, passados já mais de 30 anos de lançamento do filme e 40 anos da primeira montagem da peça, ainda há temas abordados no roteiro que continuam sendo tabu e vêm rolando pelas gerações sem que haja novas formas de abordagem.
Talvez porque seja tão easy to be hard e, mesmo em plena era de Aquário, ainda não aprendemos a cumprimentar alegremente e sem temores o raiar dos novos dias.
E agora bye, companheira, que vou assistir ao filme pela zilionésima vez, como tu, acompanhada de um big pote de pipoca com nescau e leite condensado. Mas, se quiser assistir comigo, tá convidada!
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Sinopse: Interfilmes
Trailer: Turner Classics Movies
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Resposta a Eu Vi Hair de Novo, de Fatinha.
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Referências a Easy to be hard, Age of Aquarius e Good morning starshine, músicas da peça e do filme Hair.
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4 comentários:
Querida Ana,
Já vi que Shintoni conseguiu reunir três hipongas no Duelos: eu, você e a Escrevinhadora.Podemos formar uma comunidade, hein?
Bjs
Paz
Fatinha:
Tamos aí! É só definir o local!
Comunidade hippie e QG revolucionário!
rsrsrs
Beijos!
Pipoca com nescau e leite condensado? Nunca nem ouvi falar, mas acho que dever ter umas 5.000 calorias...rs...
Pô, Escrevinha! Caloria pra burro! Mas é gostosa demais! Eu acabo com um vasilhão num filme!
A que minha irmã faz é de dar desespero!...
Faz um dia... Você vai adorar!
Beijo!
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