Dia 5 - Dia de uma fugaz felicidade e de uma eterna agonia. Dia do pagamento. Se dinheiro na mão do Paulinho da Viola é vendaval, na minha é uma prova de 100 metros rasos com Usain Bolt. O salário dura exatamente 9’69”.
Dia 7 - Alguns cheques já foram descontados e outros ainda vão dar o ar da sua graça. Dia de mercado com a patroa. Detalhe: já repararam que, por mais que o salário mínimo aumente, o dinheiro nunca rende? Isso se chama Arrocho salarial. Aprendi com um dos meus filhos. Ele tem 7 anos. Não sabe amarrar os cadarços do sapato, mas é bom de matemática, o garoto.
Dia 10 - Dia de pagar o aluguel, a mensalidade da escola das crianças, entre outras coisas. Acho que até o dia 18 terei só R$10 para passar o resto do mês.
Dia 12 - Dia D dos cheques, parte dois. Inteligente é o cara que diz que continuações não são nada boas, nem no cinema, nem no bolso.
Dia 15 - Dia de pagar o crediário. Isso que dá mobiliar a casa comprando as coisas em 597 vezes! Acho que meus filhos ainda pagarão algumas parcelas do sofá, que já está todo rasgado. Patroa de TPM, risco Defcon nível 4, numa escala entre 1 e 3. Perigo!
Dia 18 - Ser pai de família é como controlar as finanças de um país falido. A gente escolhe o que paga e o que fica devendo, não porque queremos, mas é porque o orçamento é deficitário. Quero saber quando vão aparecer os argentinos batendo panela em frente a minha casa, pedindo minha cabeça por essa situação calamitosa. Mas desta vez fiz algo diferente, uma espécie de loteria. Coloquei todas as contas restantes num saco plástico e sorteei. Este mês eu pago a conta de luz, mas a companhia telefônica não teve a mesma sorte. Fica para próxima! P.S.: Eu estava certo. Tenho só mais R$ 10 na carteira.
Dia 22 - Se esses R$ 10 que eu tinha estivessem na mão da minha mãe, já teriam virado R$ 100, ou uma outra compra do mês, sei lá. Mas como a patroa insiste em fazer um programa diferente com as crianças no domingo, os R$ 10 não me pertencem mais. Sorte que ainda consigo dar uns calotes no ônibus. Não perdi minha malandragem suburbana, mas dinheiro que é bom, deixa pro dia 5.
Dia 27 - Já pensei em assaltar um banco. Já pensei em assaltar uma padaria. Já pensei em vender um rim, ou até mesmo a jararaca da minha sogra. Mas como sou muito medroso e meu rim – e principalmente minha sogra! – não é lá essas coisas todas, fui pedir um dinheiro emprestado a quem eu nunca vou pagar e que eu sei que nunca vai me cobrar: mamãe.
Dia 31 - Mês longo. Todos os meses poderiam ter dez dias. Malditos astrônomos, sejam eles cristãos, muçulmanos, maias, astecas, bistecas, discotecas ou bibliotecas, sempre atrasando nosso lado.
Dia 4 - Expectativa! Amanhã é o dia. Ontem a noite foi boa com a patroa, mas que não me venha mais um filho! Vasectomia, lá vou eu!
Dia 5 - Começa tudo de novo. Tudo que eu queria nessa vida era engravidar do Romário, mas acho que não faço muito o tipo dele.
Dia 7 - Alguns cheques já foram descontados e outros ainda vão dar o ar da sua graça. Dia de mercado com a patroa. Detalhe: já repararam que, por mais que o salário mínimo aumente, o dinheiro nunca rende? Isso se chama Arrocho salarial. Aprendi com um dos meus filhos. Ele tem 7 anos. Não sabe amarrar os cadarços do sapato, mas é bom de matemática, o garoto.
Dia 10 - Dia de pagar o aluguel, a mensalidade da escola das crianças, entre outras coisas. Acho que até o dia 18 terei só R$10 para passar o resto do mês.
Dia 12 - Dia D dos cheques, parte dois. Inteligente é o cara que diz que continuações não são nada boas, nem no cinema, nem no bolso.
Dia 15 - Dia de pagar o crediário. Isso que dá mobiliar a casa comprando as coisas em 597 vezes! Acho que meus filhos ainda pagarão algumas parcelas do sofá, que já está todo rasgado. Patroa de TPM, risco Defcon nível 4, numa escala entre 1 e 3. Perigo!
Dia 18 - Ser pai de família é como controlar as finanças de um país falido. A gente escolhe o que paga e o que fica devendo, não porque queremos, mas é porque o orçamento é deficitário. Quero saber quando vão aparecer os argentinos batendo panela em frente a minha casa, pedindo minha cabeça por essa situação calamitosa. Mas desta vez fiz algo diferente, uma espécie de loteria. Coloquei todas as contas restantes num saco plástico e sorteei. Este mês eu pago a conta de luz, mas a companhia telefônica não teve a mesma sorte. Fica para próxima! P.S.: Eu estava certo. Tenho só mais R$ 10 na carteira.
Dia 22 - Se esses R$ 10 que eu tinha estivessem na mão da minha mãe, já teriam virado R$ 100, ou uma outra compra do mês, sei lá. Mas como a patroa insiste em fazer um programa diferente com as crianças no domingo, os R$ 10 não me pertencem mais. Sorte que ainda consigo dar uns calotes no ônibus. Não perdi minha malandragem suburbana, mas dinheiro que é bom, deixa pro dia 5.
Dia 27 - Já pensei em assaltar um banco. Já pensei em assaltar uma padaria. Já pensei em vender um rim, ou até mesmo a jararaca da minha sogra. Mas como sou muito medroso e meu rim – e principalmente minha sogra! – não é lá essas coisas todas, fui pedir um dinheiro emprestado a quem eu nunca vou pagar e que eu sei que nunca vai me cobrar: mamãe.
Dia 31 - Mês longo. Todos os meses poderiam ter dez dias. Malditos astrônomos, sejam eles cristãos, muçulmanos, maias, astecas, bistecas, discotecas ou bibliotecas, sempre atrasando nosso lado.
Dia 4 - Expectativa! Amanhã é o dia. Ontem a noite foi boa com a patroa, mas que não me venha mais um filho! Vasectomia, lá vou eu!
Dia 5 - Começa tudo de novo. Tudo que eu queria nessa vida era engravidar do Romário, mas acho que não faço muito o tipo dele.
Visitem Flavio Braga
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Um comentário:
Muito legal, Flavio!
Ri muito!
Manda mais!
Bem-vindo!
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