quando falo sem ser chamada,
entro sem ser convidada,
revido sem ser provocada,
grito sem ser insultada,
ajudo sem ser convocada,
bato sem ser atacada,
julgo sem ser empossada,
xingo sem ser ultrajada,
Eu caio em cilada
quando falo ao ser convocada,
entro se sou chamada,
revido se sou insultada,
grito se sou ultrajada,
ajudo se sou empossada,
bato se sou provocada,
julgo se sou convidada,
xingo se sou atacada.
Mas...
Se eu falo com a alma,
se entro com calma,
revido com amor,
só grito de dor,
ajudo com senso,
não bato (eu penso),
só julgo meus atos,
não xingo de fato...
É do outro a roubada,
quando monta cilada,
fala o que não devia,
entra numa baita fria,
revida (maior asneira!),
grita de bobeira,
ajuda na zoação,
bate no próprio irmão,
julga sem opinião,
xinga sem ter razão.
Poesia cujos título e primeiro verso foram utilizados para a versão coletiva Roubada - As Nossas Poesias IX.
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6 comentários:
Ana, eu queria fazer uma resposta enorme pra todas as tuas intervenções (em especial aquela em que você cochicha com o leitor e debocha de mim - o que, diga-se, aceitei numa boa e achei criativo e divertido). Mas neste poema você faz um tão completo mea culpa e ao mesmo tempo, com muito talento, transfere para o interlocutor tamanha carga de culpa, que acho melhor nem dizer mais nada.
Adorei.
E a propósito, acho que nos rounds deste duelo está faltando mesmo é a palavra da Raquel, que tem ficado bem na dela, enquanto nós nos expomos.
Grande abraço
Gostei do texto, Ana! Parabéns!
- E aí, Escrevinhadora, cookies ou torta com o café?
- Garçom! Os dois aqui pra moça!
- Minha querida Escrevinhadora, devo confessar que fiquei preocupada quando você ficou alguns dias sem aparecer. Pensei: "Ih! Magoei a pobrezinha..." Fiquei me sentindo tão mal... Agora, lendo o que você escreveu aqui, não sabe o alívio que sinto! Ainda bem que você não se chateou! Mas eu não debochei, não, Escrevinha! Foi brincadeira da pura, infantil mesmo! Sem deboche, que eu não debocho dos meus amigos... E depois, numa resposta pra Alba, eu até disse que você era uma anja! Mas naquele da amnésia a ideia me veio por conta deste cérebro hiperativo e linguarudo que tenho, e acabei escrevendo... Mas devo confessar que eu fui cúmplice da minha mente porque achei muito engraçado. Aproveito esta nossa conversa para dizer que em nenhum momento eu quis te diminuir ou ridicularizar, longe de mim! Nós somos fãs mútuas, sempre numa conversa tão legal por aqui, eu não quero perder isto de jeito nenhum!
Em relação a este "poema" (eu diria porcarema), agradeço o elogio, mas eu o achei tão ruinzinho, horrível mesmo, forçado e de pé quebrado. Quase o deletei para todo o sempre... Mandei para a fila de publicação, mas ficava pensando em abortar a missão o tempo todo... Ele acabou aparecendo e eu temi perder o restinho de admiração que os meus fãs têm por mim. Sério mesmo! Eu pensei: "É agora que todos vão ver que eu sou uma fraude!" rsrs
Pois é, menina! A Raquel sumiu, né? Mas pra mim é legal: até na ausência (e talvez mais na ausência) ela me dá munição! kkkkk
Gostou do café? O cheiro tá ótimo, né?
Deixa que eu pago, faço questão! Afinal de contas, tô na dívida...
Beijo, beijo, abraço apertado e até a próxima, que hoje eu tô meio com pressa: ainda tenho que fazer umas coisas lá fora e depois falar com esse povo todo que tá aqui hoje.
- Garçom! A conta!
Bruno:
Você é um amigo legal mesmo!
Elogiar esta porcaria? Quase deletei esta joça! Quando isso apareceu na tela do computador, eu pensei: "Tô possuída por um arremedo de quadrinhador (escritor que faz quadrinha)... Ou será que tava possuída antes?"
Fiquei nesta dúvida cruel até escrever de novo coisas razoáveis.
Mas valeu assim mesmo, amigão!...
Escrevinhadora:
Tendo em vista o seu comentário a respeito da ausência da Raquel, devo informar que ela enviou e-mail dizendo que está viajando e, por isso, não tem passado por aqui.
Abraço a todos.
Depoimento
Dotô delegado tô numa robada....
Tava num achego com a gata faz um tempinho, nóis não tinhamo uma boca isolada.
Um canto sussegado prá nóis ficá, sacô ?
A grana é curta e o tempo.... o tempo seu dotô delegado, vê só, de noite temo que tá no barraco , a véia é fera, durante o dia trabáiamo.
Só a hora do rango morô ?
Nóis queria uma cachanga, mas a miséria não dá, ai a mina sacou o lance do aluguer.
Pagá, nóis não podia não, então nóis pegava o jornal e descolava algum prá alugá, iamô lá visitá, ai acontecia, a gata se enroscava toda e a gente mandava bem.
Tavamô na boa, sacou né?
Nóis fûmo levando prum tempo, num e nôtro luga, até que cumessamo a vortá prá onde nóis já tinha ido.
Ai deu bandeira, aquele enxerido do quardadô do prédio manjô o lance, ai de sacanagem, se amoitava atráis da porta, nóis sabia, mas não dava bola não, era um barato vê o bicho atiçado.
Ma veja dotô, hoje o cabra se animô e queria comê também.
Ai pintou sujeira.
Ele duro cumo pau se sebo patio pá inorânça, a gente se pegô, a mina no meio levô um castigo, ai ela caí da paisajê.
Pôxa dotô, a gata tava lá em baixo arrebentada e ainda sem rôpa.
Partí prum castigo, ele ia dá de pinote, escorregou, cai lá em cima da guria.
Foi uma robada
É legitima né ?
Vê se o outro lá, dá ai, minha carça.
Se o dotô me grampeá, a patroa dá o pinote e aquela gata agora troncha num quero mais não.
Dá um jeito ai dotô delegado.
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