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terça-feira, 14 de abril de 2009

Banho - As Nossas Histórias VII

Era um dia nublado, pesado, destes que doem na alma. Um dia para ficar na cama deixando vir esta inquietude, sentindo-a e pensando para onde ela o queria levar. Na cama e coberto com um edredon bem quentinho.
Pegou um livro que estava sobre o criado mudo, e reiniciou pela enésima vez a leitura daquele livro, tão sem graça como esse dia acinzentado, mas ler ou fazer qualquer outra coisa estava fora de cogitação.
Seu pai falecera na noite anterior e agora ele se dirigia ao enterro. A face sombria. Nem sabia se o dia estava mesmo nublado, ou se era o seu estado de espírito que fazia parecer que estava. Talvez o dia estivesse ensolarado, todos os que conhecia estivessem saindo de casa para ir à praia e quem sabe seu pai nem tenha morrido. E se tudo for apenas um sonho ruim, um pesadelo desses que todo mundo tem de vez em quando e quase sempre não lembra ao acordar?
Quem dera. O pai já era velho. Já era a hora dele. E ele não ia querer me ver choramingando pelos cantos. É isso. Ele morreu e vou ter que aprender a conviver com isso. Tenho que guardar esse dia para passar aos meus filhos para que quando o mesmo acontecer comigo tomem a minha atitude como experiência. Mas de uma coisa eu tenho certeza: eu serei tão bom pai quanto o meu foi. Isso é certo.
Neste momento, caiu do céu uma chuva repentina, gelada, renovadora. Era como uma resposta, como uma mensagem, como um banho bom de chuva como aqueles que tomávamos, meu pai e eu, quando, às vezes, voltávamos das pescarias. Recebi aquelas gotas como beijos de despedida.
Adeus pai. Você definiu quem eu sou.



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6 comentários:

Clarice A. disse...

BANHO


Era um dia nublado, pesado, destes que doem na alma. Um dia para ficar na cama deixando vir esta inquietude, sentindo-a e pensando para onde ela o queria levar. Na cama e coberto com um edredon bem quentinho.

murilo andrade disse...

Era um dia nublado, pesado, destes que doem na alma. Seu pai falecera na noite anterior e agora ele se dirigia ao enterro. A face sombria. Nem sabia se estava o dia estava mesmo nublado, ou se era se o seu estado de espirito que fazia aparecer que estava. Talvez o dia estivesse ensolarado, todo os que conhecesse estivessem saindo de casa para ir a praia e quem sabe seu nem tenha morrido. E se tudo for apenas um sonho ruim, um pesadelo desses que todo mundo tem de vez em quando e quase sempre não lembra ao acordar.
Quem dera. O pai já era velho Já era a hora dele. E ele não ia querer me ver choramingando pelos cantos. É isso. Ele morreu e vou ter que aprender a conviver com isso. Tenho que guardar esse diapara passar aos meus filhos para que quando o mesmo acontecer comigo tomarem a minha atitude como experiencia. Mas de uma coisa eu tenho certeza eu serei tão bom pai quanto o meu foi. Isso é certo.
Adeus pai. Você definiu quem eu sou.

vicenzoraphaello disse...

Era um dia nublado, pesado, destes que doem na alma. Um dia para ficar na cama deixando vir esta inquietude, sentindo-a e pensando para onde ela o queria levar. Na cama e coberto com um edredom bem quentinho.
Peguei um livro que estava sobre o criado mudo, e reiniciei pela enézima vez a leitura daquele livro, tão sem graça como esse dia acinzentado.

Aaron Caronte Badiz disse...

BANHO


Era um dia nublado, pesado, destes que doem na alma. Um dia para ficar na cama deixando vir esta inquietude, sentindo-a e pensando para onde ela o queria levar. Na cama e coberto com um edredon bem quentinho.
Pegou um livro que estava sobre o criado mudo, e reiniciou pela enézima vez a leitura daquele livro, tão sem graça como esse dia acinzentado.
Seu pai falecera na noite anterior e agora ele se dirigia ao enterro. A face sombria. Nem sabia se estava o dia estava mesmo nublado, ou se era se o seu estado de espirito que fazia aparecer que estava. Talvez o dia estivesse ensolarado, todo os que conhecesse estivessem saindo de casa para ir a praia e quem sabe seu nem tenha morrido. E se tudo for apenas um sonho ruim, um pesadelo desses que todo mundo tem de vez em quando e quase sempre não lembra ao acordar.
Quem dera. O pai já era velho. Já era a hora dele. E ele não ia querer me ver choramingando pelos cantos. É isso. Ele morreu e vou ter que aprender a conviver com isso. Tenho que guardar esse dia para passar aos meus filhos para que quando o mesmo acontecer comigo tomarem a minha atitude como experiencia. Mas de uma coisa eu tenho certeza eu serei tão bom pai quanto o meu foi. Isso é certo.
Neste momento, caiu do céu uma chuva repentina, gelada, renovadora. Era como uma resposta, como uma mensagem, como um banho bom de chuva como aqueles que tomávamos, meu pai e eu, quando, às vezes, voltávamos das pescarias. Recebi aquelas gotas como beijos de despedida.
Adeus pai. Você definiu quem eu sou.
FIM

Ana disse...

Gente!
Este negócio é muito legal!
A história ficou totalmente diferente da que escrevi! Ficou ótima!
Abraços a todos!

Ana disse...

Bem-vindo, Murilo!
Adorei o que você escreveu!
Volte sempre!

15 de Abril de 2009 14:42