do marinheiro inconsolável
com toda a sua razão:
“Minha mulher partiu
Partiu junto meu coração”
Me lembrava até antes de ontem
de toda nossa situação.
É que os amores saem da gente
Como quem expulsa um cão
Mas sempre voltam indiferentes
Em outra pessoa ou canção.
Dom perpétuo, fugidio
e abestalhador
que não aceita desprezo
e pra quem só se pede
compaixão.
Diria em alto-mar
ou até na esquina de casa
que aquele não se abrasa
nem se cura com retidão
e que não tolera afago
quando encontra um mal-me-quer
Seja-se forte de fado ou de fé
pois não se acalanta o trato
senão com a devida mulher.
Mas dizia o marinheiro
que o amor é como o mar
que não importa imposto ou despeito
não se pode mensurar
nem se jurar
que vai ter fim um dia
mesmo quando se pensa acabar.
Já diria o marinheiro
em sua toada
com toda sua exatidão:
“Minha mulher partiu
Partiu junto meu coração
Mas me fez ensinar
Ensinar sem dizer ‘não’
que os amores de hoje em dia
os amores vem e vão”.
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Um comentário:
Comentário por Ana — 25 janeiro 2009 @ 11:17
Muito legal! Gostei!
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