Deus, imagem refletida por humanos
Num espelho de turva superfície
Quão mero e vão artífice
Superficialmente crida, bordados
Às bordas muito quebrados...
Descrença de deus, o humano
Que se crê sobre-hermano
Solidão que se expressa
Morte que se apressa
Vazio que se instala
Na insuficiência de ser
Numa existência do ter
Que, frágil, estala.
.
Someday I’ll Love Ocean Vuong / Um dia amarei Ocean Vuong [Ocean Vuong]
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*Beautiful photomechanical prints of Lotus Flowers (1887–1897) by Ogawa
Kazumasa.*
Ocean, não tenha medo.
O fim da estrada é tão distante
que ela já ...
4 comentários:
Comentário por Raimundo bertuleza (Poty) — 6 fevereiro 2009 @ 21:55
Meu corpo
Meu corpo grita
Meu corpo exclama
Meu corpo reclama
Meu corpo chora
Meu corpo aclama
Meu corpo sua
Meu corpo anda
Meu corpo nada (num vai-e-vem),
Meu corpo emerge, imerge
E não conhece ninguém.
Meu corpo fica paralisado dentro do trem
Meu corpo na rua vagando…
Meu corpo sentado no banco da praça
E nem sente o tempo passar.
Meu corpo flutua…
Meu corpo voa sem precedente.
Meu corpo vai
Meu corpo morre,
Mas vive numa boa!
Meu corpo numa janela a procura das multidões!
Meu corpo balança,
Mas volta a sentir o chão.
Meu corpo não é nada diante do cosmo
Meu corpo vira bicho
Meu corpo é puro pó…
Dele veio,
Dele se vai!
Meu corpo na areia
Meu corpo é energia/sinergia
Meu corpo é atração/retração
Meu corpo é tudo e ao mesmo tempo não vale nada!
Meu corpo é santuário!
Meu corpo é reflexo sem nexo
Meu corpo é complexo que não tem resposta pra tudo…
Incompleto de ser o que não tem.
Meu corpo é meu corpo!
Vou doar para alguém
Porque os trapos vão estraçalhar nas terras do além!
Meu corpo é só um corpo…
Ele vai ficar na mente de outros,
Vai ser estudo nem de tudo,
Mas as marcas ficarão para todo o sempre na memória…
Este é meu corpo e nada mais.
Poty – 02/02/2008
Comentário por Raimundo bertuleza (Poty) — 6 fevereiro 2009 @ 21:56
Chuva de verão
Cai chuva torrencial
Veio numa violência
Que o tempo previa…
… Fazia barulho ensurdecedor…
Era de lavar a alma
E o corpo.
Esta chuva até que faz bem,
Mas dar medo e arrepios!
Lava a terra,
Faz lama
E derrama nos bueiros,
Desce rios, lagos e leva o que encontra na frente…
… Rápida como é pra ser…
Vem como dilúvio!
Fecha o tempo,
Nuvens escuras
E vem tão rápida!
Ela é passageira
E deixa estragos…
É chuva de verão!
Poty – 29/01/2009
Comentário por Ana — 12 fevereiro 2009 @ 14:15
Raquel:
Adorei o final! MUITO BOM!
Certeza
Em frente ao espelho o olho esquerdo conversa com o direito
Não tenho certeza
Do que?
De nada
De nada?
Sim, de nada
Como ?
Pois é de nada
E agora ?
Agora ?
Sim agora
Agora reza prá Deus
Deus?
Sim, sabe o que é ?
Acho que sei, mas não tenho certeza, o que é ?
Bem também não tenho certeza, pode ser...... olha não sei explicar é complicado
Como complicado ? Todos falam Dele....
Veja, acho..hummm é mais ou menos assim, já pensou porque você está aqui ?
Como é ?
Pois é pensa um pouco, e depois prá onde você vai ?
Hã ?
Hã nada, tá confuso ?
Tô
É pra estar ,é melhor rezar prá Deus.
Mas resolve ?
Sim quem acredita diz que resolve
Então é assim ?
É mais ou menos, mas não pensa muito não, senão você não vai ter certeza, disso tenho certeza.
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