Havre nunca havia conhecido o amor, seus olhos desgastados, seu silêncio eloqüente e sua dor que dói e não se sente, eram-lhe um mistério sutil, quando muito, arquiteturas de poetas vestidos de neve. Foi quando encontrou uma evangélica num ponto de ônibus. Lembrou-se do vaticínio de sua falecida tia, exímia vidente, que lhe dissera que ele encontraria sua amada em um domingo e essa seria morena; de fato, era um domingo e aquela senhorita era morena. Ele então sentou-se ao lado dela e ouviu comovido a história, já conhecida, de um messias, de um caminho de amor e paraísos eternos. Mostrou-se tocado por tais palavras e inventou horas inenarráveis de solidão e torturas diabólicas. A garota, comovida, convidou-o à igreja. Era sem dúvida um caminho inegável de salvação, mas sua timidez, entrar assim, sozinho, se ela não tivesse namorado ou pudesse guiá-lo.
-Levarei-o como meu amigo, era o que ele esperava ouvir e ouviu e o ouviu se repetiu na sombra invisível dos sons da lembrança. Naquela noite foi à igreja e para sua decepção homens e mulheres ficavam separados, o Pastor, através de uma péssima retórica, quis convencê-lo a entregar sua alma no altar e as pessoas o olhavam como a uma piedosa alma que precisava de apoio. Voltou à igreja por várias semanas, porém não resistiu e disse a verdade à garota:
- Eu te amo e só vou a igreja por ti. A verdade, mesmo que dolorosa, era que seu amor por ela estava acima de seu amor por Jesus, amor esse que nunca, realmente existira, afinal considerava o tal messias como um pouco ameno símbolo religioso, dotado de seguidores assassinos e singular capacidade de conseguir adeptos. A pobre menina, como uma boa mulher, sentiu-se feliz, contudo não podia aquilo deixar crescer. Disse a seu candidato a derriço que não podia relacionar-se com alguém não batizado: eu me batizo: mas o batizado é para entregar a alma a cristo: ninguém saberá: eu saberei!
Havre ficou carrancudo e resolveu falar com o Pastor V., a fim de batizar-se. O Pastor V., homem experiente, já fizera um levantamento da vida de Havre e descobrira que ele jogava bilhar, bebia conhaque e, um dos irmãos convertidos lhe dissera o mais grave, andava com prostitutas baratas! Quando Havre conversou com o Pastor V. na solidão da igreja e ouviu aquele homem criticá-lo de forma indireta, resolveu abrir o jogo e livrar-se de toda e qualquer ladainha, converter-se-ia à igreja por amor a uma mulher. O Pastor V. então se recusou, terminantemente, a batizá-lo, pois aquela alma nefasta não conspurcaria a casa de Cristo.
As pregações do Pastor V. começaram a ficar mais fervorosas no que tange a filiação a Cristo. Havre sabia que já era visto como um corpo estranho naquela igreja, continuar, sim, por que não, afinal seu amor era correspondido e sua falecida tia nunca errara antes de morta, por que erraria depois? Tentou convencer a garota a mudar de religião, com outro pastor seria mais fácil, ademais convencê-la a sair da religião, foi uma tentativa perigosa que Havre longo abandonou.
Quando Havre não ia a igreja ou quando em conversa com os jovens da igreja, o Pastor V. insistia nas notáveis formas de perversão do demônio, suas obscuras façanhas para afastar da fé, sobretudo jovens, seu poder de manipular aqueles não batizados e sua amável simpatia pela palavra amor.
Havre então insistiu com a sua amada evangélica. A pobre menina, perdida, não sabia o que fazer e numa noite resolveu ir à igreja para falar com o Pastor V.. Era um dia de chuva e não haveria culto. A menina achou estranho o portão da igreja meio aberto e resolveu entrar. Apesar de tudo escuro, lá no fundo da igreja havia uma tênue luz de vela, resolveu, não sei por qual motivo, espiar pela janela e qual não foi sua surpresa ao ver a boca do Pastor V., sim aquela boca que tanto falava em salvador, que dizia ser iluminada, a lamber uma vagina, sim, ou melhor não!! O Pastor V. estava com uma de suas fiéis que não sua esposa. Elisângela ficou desesperada, um mundo ruiu, foi à casa de Havre e lá fizeram amor.
O Pastor V. nunca mais viu Elisângela em seus cultos.
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-Levarei-o como meu amigo, era o que ele esperava ouvir e ouviu e o ouviu se repetiu na sombra invisível dos sons da lembrança. Naquela noite foi à igreja e para sua decepção homens e mulheres ficavam separados, o Pastor, através de uma péssima retórica, quis convencê-lo a entregar sua alma no altar e as pessoas o olhavam como a uma piedosa alma que precisava de apoio. Voltou à igreja por várias semanas, porém não resistiu e disse a verdade à garota:
- Eu te amo e só vou a igreja por ti. A verdade, mesmo que dolorosa, era que seu amor por ela estava acima de seu amor por Jesus, amor esse que nunca, realmente existira, afinal considerava o tal messias como um pouco ameno símbolo religioso, dotado de seguidores assassinos e singular capacidade de conseguir adeptos. A pobre menina, como uma boa mulher, sentiu-se feliz, contudo não podia aquilo deixar crescer. Disse a seu candidato a derriço que não podia relacionar-se com alguém não batizado: eu me batizo: mas o batizado é para entregar a alma a cristo: ninguém saberá: eu saberei!
Havre ficou carrancudo e resolveu falar com o Pastor V., a fim de batizar-se. O Pastor V., homem experiente, já fizera um levantamento da vida de Havre e descobrira que ele jogava bilhar, bebia conhaque e, um dos irmãos convertidos lhe dissera o mais grave, andava com prostitutas baratas! Quando Havre conversou com o Pastor V. na solidão da igreja e ouviu aquele homem criticá-lo de forma indireta, resolveu abrir o jogo e livrar-se de toda e qualquer ladainha, converter-se-ia à igreja por amor a uma mulher. O Pastor V. então se recusou, terminantemente, a batizá-lo, pois aquela alma nefasta não conspurcaria a casa de Cristo.
As pregações do Pastor V. começaram a ficar mais fervorosas no que tange a filiação a Cristo. Havre sabia que já era visto como um corpo estranho naquela igreja, continuar, sim, por que não, afinal seu amor era correspondido e sua falecida tia nunca errara antes de morta, por que erraria depois? Tentou convencer a garota a mudar de religião, com outro pastor seria mais fácil, ademais convencê-la a sair da religião, foi uma tentativa perigosa que Havre longo abandonou.
Quando Havre não ia a igreja ou quando em conversa com os jovens da igreja, o Pastor V. insistia nas notáveis formas de perversão do demônio, suas obscuras façanhas para afastar da fé, sobretudo jovens, seu poder de manipular aqueles não batizados e sua amável simpatia pela palavra amor.
Havre então insistiu com a sua amada evangélica. A pobre menina, perdida, não sabia o que fazer e numa noite resolveu ir à igreja para falar com o Pastor V.. Era um dia de chuva e não haveria culto. A menina achou estranho o portão da igreja meio aberto e resolveu entrar. Apesar de tudo escuro, lá no fundo da igreja havia uma tênue luz de vela, resolveu, não sei por qual motivo, espiar pela janela e qual não foi sua surpresa ao ver a boca do Pastor V., sim aquela boca que tanto falava em salvador, que dizia ser iluminada, a lamber uma vagina, sim, ou melhor não!! O Pastor V. estava com uma de suas fiéis que não sua esposa. Elisângela ficou desesperada, um mundo ruiu, foi à casa de Havre e lá fizeram amor.
O Pastor V. nunca mais viu Elisângela em seus cultos.
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3 comentários:
Comentário por Ana — 5 janeiro 2009 @ 8:28
Seu texto é um bom exemplo da hipocrisia humana. É isso aí!
Comentário por Tércio Sthal — 18 janeiro 2009 @ 11:34
O Predador
Ao encontrar um carneiro, um lobo diz:
- Dele vou comer a carne para matar a minha fome, a carne é alimento, a carne é pão da vida; vou beber dele o sangue para fortalecer o meu sangue, sangue é forte, é como o bom vinho, é melhor do que água para matar a minha sede. Mas o que fazer com a lã? Vou jogá-la fora, não me serve para nada.
Outro lobo porém, ao ver a lã do carneiro jogada, setenciou:
- Vou usar esta lã sobre os meus pelos para enganar os carneiros e atacá-los um a um. Não correrei nenhum perigo, os lobos me conheceram pela minha pose e pela minha voz, os lobos sempre saberão que sou um deles. E se forem tão espertos quanto eu, em breve estarão usando lã também. E então, eu serei considerado o mais esperto, o mais inteligente, o maior, o grande líder de toda a alcatéia, afinal eu sou o estrategista, o verdadeiro predador.
Moral da Estória:
O lobo sempre é lobo. Aparentemente, por algum tempo, pode até perder a pose mas não o pelo.
entender a estatura de minha vontade te parece algo difícil? bem sente e pare tente perceber que me vou e nada fazes para impedir. que fazer tenho a a provar isto? mastigar-me induzir-te a tocar-me sorrir para teus olhos sem nome? vou-me e não posso te obrigar a suster-me. agarras-me, sim? é por ser branco feito uma ovelha tonta que não terei teus ensejos negros.
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