A memória é mesmo uma faca de dois gumes...
Garante usufruir, depois de já vividos, os momentos bons. Permite que tenhamos outra vez a alegria que experimentamos ao receber um sorriso, um afago, um olhar, uma ação favorável quando é despertada.
Mas, essa mesma capacidade de reter o que nos foi benéfico possibilita que não deixemos para trás as dificuldades. Se podemos nos lembrar dos erros, eles continuarão a nos pedir modificações, reparação e aprendizado. E é certo que isso tem as suas vantagens. Entretanto, nem sempre é possível reverter as falhas do passado e, nesse caso, a memória é um tormento constante, trazendo sofrimento.
Quantas vezes desejaríamos apagar da mente situações vivenciadas com desespero, que foram impostas por outro que, aproveitando a nossa fragilidade, nos atingiu? Tantas vezes experimentamos sensações ruins ligadas à memória de ocorrências que por tão traumáticas não podemos recuperar totalmente, mas cuja dor permanece viva em nós!
Às vezes, é possível pensar que é uma benção a deterioração da mente, apagando o conhecimento do passado tanto remoto quanto recente, criando um vácuo onde parece que a dor é menor. Mas, será que isso realmente ocorre? O que sobra quando a memória se esvai?
É cada vez mais comum a doença de Alzheimer. Mas, será que ela protege o seu portador do que pesa em sua existência ou rouba dele os momentos de glória, os aprendizados, as relações afetivas?
E na velhice que se estabelece naturalmente, quando esquecemos de fatos recentes, talvez sem muita importância no contexto geral, servindo-nos apenas numa atuação competente no presente e lembramos perfeitamente do passado remoto? Será que isso talvez proporcione um convite à reavaliação de nossa vida, com a possibilidade de maior compreensão dos fatos? Quem sabe seja interessante iniciar esse inventário aproveitando a chance que a natureza nos dá, antecipando a análise retrospectiva da vida que, inevitavelmente, seguirá a nossa morte.
Será que perder a memória é possibilidade de poder começar tudo outra vez? Apagar o quadro-negro da vida e reescrevê-la sem tantos erros? Mas, será que começamos realmente a nossa vida como uma tela em branco? Se assim fosse, como poderíamos aceitar a justiça de tantas diferenças entre os homens?
A memória é um bem precioso, mesmo que tantas vezes acabemos deturpando seus conteúdos por pura incapacidade de lidar com a realidade. É uma ferramenta incrível que nos permite acessar a nossa vida e fomentar o auto-conhecimento.
E, se o sentido da vida é experimentar no plano material para aprender e evoluir, é imperativo que ao longo da caminhada possamos fazer um balanço do que já foi vivido. E se evoluir implica em transformação, essa será mais proveitosa quanto maior o conhecimento que tivermos de nós mesmos.
Mas... não basta lembrar. É preciso meditar para entender. E a compreensão dos fatos e das pessoas traz a aceitação da realidade. O conhecimento da realidade nos permite tomar nas nossas mãos as rédeas da nossa vida, uma vez que, no íntimo, cada um de nós sabe exatamente ao que veio nessa existência. Assim, será possível corrigir a rota, caso esta esteja alterada por força das circunstâncias, da nossa incapacidade momentânea ou reincidente de trilhar o caminho pretendido, previamente acordado.
Meditar, ir para dentro de si mesmo é também mergulhar nas profundezas da mente, podendo ter contato com memórias ancestrais. O conhecimento de memórias de vidas passadas muitas vezes nos permite montar o quebra-cabeça que dá sentido a essa vida e corrobora com os aprendizados.
Parece que é preferível lembrar-se, mesmo que isso nos traga dor, porque se ela de fato existe, é melhor ter a consciência a sofrer as consequências da presença do seu fantasma, eternamente a nos espantar. Entretanto, é importante respeitar as possibilidades de cada um, em cada momento. E buscar ajuda para lidar com os conteúdos de memórias perturbadoras é, muitas vezes, imprescindível. Conscientizar permite ressignificar e livrar da dor aquele que o faz.
Memória é vida. E, se a consciência sobrevive, estamos vivos para sempre, mesmo após a morte do corpo físico.
E, mesmo que na vida física a memória se deteriore, ela certamente se recupera na vida do espírito, já que a vida é eterna.
Garante usufruir, depois de já vividos, os momentos bons. Permite que tenhamos outra vez a alegria que experimentamos ao receber um sorriso, um afago, um olhar, uma ação favorável quando é despertada.
Mas, essa mesma capacidade de reter o que nos foi benéfico possibilita que não deixemos para trás as dificuldades. Se podemos nos lembrar dos erros, eles continuarão a nos pedir modificações, reparação e aprendizado. E é certo que isso tem as suas vantagens. Entretanto, nem sempre é possível reverter as falhas do passado e, nesse caso, a memória é um tormento constante, trazendo sofrimento.
Quantas vezes desejaríamos apagar da mente situações vivenciadas com desespero, que foram impostas por outro que, aproveitando a nossa fragilidade, nos atingiu? Tantas vezes experimentamos sensações ruins ligadas à memória de ocorrências que por tão traumáticas não podemos recuperar totalmente, mas cuja dor permanece viva em nós!
Às vezes, é possível pensar que é uma benção a deterioração da mente, apagando o conhecimento do passado tanto remoto quanto recente, criando um vácuo onde parece que a dor é menor. Mas, será que isso realmente ocorre? O que sobra quando a memória se esvai?
É cada vez mais comum a doença de Alzheimer. Mas, será que ela protege o seu portador do que pesa em sua existência ou rouba dele os momentos de glória, os aprendizados, as relações afetivas?
E na velhice que se estabelece naturalmente, quando esquecemos de fatos recentes, talvez sem muita importância no contexto geral, servindo-nos apenas numa atuação competente no presente e lembramos perfeitamente do passado remoto? Será que isso talvez proporcione um convite à reavaliação de nossa vida, com a possibilidade de maior compreensão dos fatos? Quem sabe seja interessante iniciar esse inventário aproveitando a chance que a natureza nos dá, antecipando a análise retrospectiva da vida que, inevitavelmente, seguirá a nossa morte.
Será que perder a memória é possibilidade de poder começar tudo outra vez? Apagar o quadro-negro da vida e reescrevê-la sem tantos erros? Mas, será que começamos realmente a nossa vida como uma tela em branco? Se assim fosse, como poderíamos aceitar a justiça de tantas diferenças entre os homens?
A memória é um bem precioso, mesmo que tantas vezes acabemos deturpando seus conteúdos por pura incapacidade de lidar com a realidade. É uma ferramenta incrível que nos permite acessar a nossa vida e fomentar o auto-conhecimento.
E, se o sentido da vida é experimentar no plano material para aprender e evoluir, é imperativo que ao longo da caminhada possamos fazer um balanço do que já foi vivido. E se evoluir implica em transformação, essa será mais proveitosa quanto maior o conhecimento que tivermos de nós mesmos.
Mas... não basta lembrar. É preciso meditar para entender. E a compreensão dos fatos e das pessoas traz a aceitação da realidade. O conhecimento da realidade nos permite tomar nas nossas mãos as rédeas da nossa vida, uma vez que, no íntimo, cada um de nós sabe exatamente ao que veio nessa existência. Assim, será possível corrigir a rota, caso esta esteja alterada por força das circunstâncias, da nossa incapacidade momentânea ou reincidente de trilhar o caminho pretendido, previamente acordado.
Meditar, ir para dentro de si mesmo é também mergulhar nas profundezas da mente, podendo ter contato com memórias ancestrais. O conhecimento de memórias de vidas passadas muitas vezes nos permite montar o quebra-cabeça que dá sentido a essa vida e corrobora com os aprendizados.
Parece que é preferível lembrar-se, mesmo que isso nos traga dor, porque se ela de fato existe, é melhor ter a consciência a sofrer as consequências da presença do seu fantasma, eternamente a nos espantar. Entretanto, é importante respeitar as possibilidades de cada um, em cada momento. E buscar ajuda para lidar com os conteúdos de memórias perturbadoras é, muitas vezes, imprescindível. Conscientizar permite ressignificar e livrar da dor aquele que o faz.
Memória é vida. E, se a consciência sobrevive, estamos vivos para sempre, mesmo após a morte do corpo físico.
E, mesmo que na vida física a memória se deteriore, ela certamente se recupera na vida do espírito, já que a vida é eterna.
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Imagem: Pintura “Segredo”, de Alba Vieira.
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