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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Bate o Sino na Cabeça do Menino! - por Ninguém Envolvente

Não há neve como nos filmes americanos, mas o ar está mudado com um cheiro que pouco distingue-se; a mistura aromática, além de ser gentil com nosso olfato, sempre traz uma nota nostálgica denominada “cheiro de infância”.
Reina uma compulsão de boas maneiras e lindas palavras que são ditas com o mais afinado timbre vocal aveludado, idosos contam suas histórias e os mais jovens fingem se importarem para que somente um dia o dia seja perfeito. A troca de gentilezas dura enquanto tiver comida.
Com o passar do tempo, fica-se triste de tanto comer e o principal não foi feito: o agradecimento pela fartura obtida e o pedido de prosperidade aos que não foram tão abençoados. O momento crítico é a troca de presentes, fica clara a cara de desapontamento ao abrir o lindo embrulho e saber que era uma coisa tão insignificante.
A festa continua e, nesta altura dos acontecimentos, alguém já notificou que o prato principal estava sem gosto e reclama dos quilos que a sobremesa tão suculenta vai lhe trazer. As crianças divertem-se com os primos que só encontram em ocasião festiva ou funerais, os casais contam uns aos outros os bens adquiridos durante o ano e até apontam aquele carro espetacular encostado ao lado do fusquinha que parece saber que está sendo cruelmente comparado e motivo de piada.
Passa das duas horas da madrugada e chega a melhor hora: A despedida. O processo recomeça: todos são amáveis e se abraçam com tal fingimento que por cinco segundos você crê na amabilidade humana.

No dia seguinte fala-se sobre a roupa de Fulano, o carro de Cicrano, a conduta de Mariquinha, a forma física de Pedrinho, Joaninha que está dando golpe do baú e Joaquina é a comilona. Come-se o que sobrou da noite anterior. Todos vão embora e 364 dias depois se reúnem novamente e comemoram mais um Natal.


*Natal de minha família. Caso tenha encontrado semelhança com a sua, talvez sejamos parentes.
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Um comentário:

escrevinhadora disse...

Nós não somos parentes. Mas eu já vi esse filme...rsrsrs..