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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Banho - por Vicenzo Raphaello

Era um dia nublado, pesado, destes que doem na alma. Inquieta, com nuvens ainda mais escuras dentro de mim, procurava resolver aquela aflição de forma racional. Impossível... Minha alma estava cinzenta, dolorida, o coração batia com dificuldade, como se quisesse parar diante de tanto esforço. Resolvi não pensar, sentar e me acalmar aos poucos. Fiquei quieta, olhos no nada, mente vazia, enquanto os olhos se inundavam de uma dor que eu jamais conhecera. As lágrimas escorriam pesadas, abundantes, mostrando-me um sentimento que havia em mim num lugar intocável, numa tristeza anônima. Sem soluços, sem desespero, sem compreensão, banhei-me naquela fonte repentina e, lavando-me em dor, clareei minha alma, libertei meu coração e perfumei meu dia. Ao levantar, era um outro alguém que se despedia de uma realidade interior absolutamente desconhecida e enigmática.

Esse meu lavar de dentro para fora me fizera compreender que a angústia tão profunda era que, na verdade, ficara ainda aquele gosto amargo da minha incompreensão do meu próprio eu.
Não há como fugir das nossas limitações a não ser racionalizando aquilo que não compreendemos e aí algum alívio dar ao coração.




Complemento a “Banho”, de Ana.
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