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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Humor em Queda-livre - por Gio

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Segunda-feira passada, pela manhã, eu vi uma notícia que me chocou muito. Estou falando do desaparecimento do avião do voo 447 da Air France, que fazia o trajeto Rio-Paris. Não há como não saber de que se trata: virou “a notícia do momento”, aquele assunto que passa em todos os meios de comunicação, todos os dias e em todos os horários.

Deixando o sensacionalismo de lado, é realmente preocupante um incidente desses, e mais preocupante notar que, de algum tempo pra cá, os acidentes aéreos têm ocorrido com mais frequência. Aviões se chocando em pleno ar, aterrissagens frustradas em pistas sem a mínima condição de pouso, e agora um avião sumido em plena rota, cujos corpos dos passageiros só foram encontrados uma semana depois do desaparecimento. Onde está toda a segurança aérea que pensávamos ter antes?

O fato é que, mesmo com o número de acidentes aéreos aumentando, eles ainda são raríssimos, se comparados a acidentes navais, ferroviários ou de trânsito. Os aviões continuam sendo alguns dos meios mais seguros de transporte do mundo, se não estiverem no primeiro lugar. Agora, quando o acidente acontece, a história é outra: se for de moto, carro ou trem, há boas chances de escapar, muitas vezes ileso; se o acidente for aéreo, pode reservar um alojamento no Céu (ou no Inferno, nunca se sabe...) - quando o assunto é acidente de avião, a morte é praticamente inevitável.

Finalmente está se conseguindo dar um pouco de luz a esse mistério: acharam-se os corpos, viu-se uma fogueira em alto-mar onde podem estar destroços do avião, e as famílias estão sendo amparadas na medida do possível. Nunca é fácil.


Porém, ao mesmo tempo em que me chocou, imediatamente me veio um comentário na cabeça naquela segunda-feira: na sexta temporada de Lost, conheceremos os passageiros do voo 447 da Air France.

Piada de mau gosto? Insensível? Não, foi apenas inevitável. E garanto que 90% das pessoas que possam me criticar pelo comentário estão rindo dele. E certamente eu não fui o único: esse foi o tipo de acidente que proporcionou abertura para diversos comentários de humor negro. Quando acharam os falsos restos do avião, que descobriu-se ser de um navio, já sobrou pro Roberto Justus ser chamado de o “Charles Widmore da vez”.

O ser humano tem diversas maneiras para lidar com a dor, e uma delas é o humor. Sim, não é comum ver pessoas que, em vez de chorar ou discutir sobre o assunto, preferem fazer piadas. E nessas horas o humor negro tem sua maior fonte de criatividade:

Por que o parente pão-duro morreu afogado? Ele não abriu a mão nem pra nadar. Onde foi parar o padre voador (e seus balões)? Ele literalmente subiu aos Céus. Por que o PC da Isabella Nardoni é um Mac? Porque ela tem medo de Windows. Onde foi parar o avião da Air France? Descubra na próxima temporada de Lost.

Sentimentos fortes estimulam mais a criatividade. Eu, por exemplo, escrevo muito mais em períodos difíceis do que em tempos mais amenos. É uma forma de extravasar, de mostrar o que se está sentindo. E com episódios trágicos é a mesma coisa: para muitos, é mais fácil fazer uma piada do que lidar com isso.

Só o fato de a pessoa fazer uma piada mostra que, para ela, o fato não é comum, e mereceu alguma atenção. Não fazemos piadas sobre dias comuns, a menos que cruzemos com um português, um papagaio ou um gênio que sai de uma lâmpada que acabamos de tropeçar. É uma maneira disfarçada de protesto, que agride mais alguns por tentar ser menos agressiva para outros.

Por isso, da próxima vez que vir alguém fazendo uma piada de humor negro sobre algo, não pense que é algo triste: é sinal que ele se importa.
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.Postado, originalmente, em 07/06/2009.
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