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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Aedo Cibernético: O Mestre-sala dos Mares - por Cacá

......Dentre as muitas formas de resistência às condições de vida e de trabalho da maioria da população brasileira, seja sob a monarquia, seja sob a república, uma revolta marcante foi a da vacina, em 1904, quando Oswaldo Cruz tentou imunizar a população do Rio contra a varíola e febre amarela. Sem aviso prévio, invasivamente e sem nenhuma campanha esclarecedora. Uma tentativa de erradicação e uma revolta contra a profilaxia.
.......A outra (1910) foi a dos marinheiros que ficou conhecida como a Revolta da Chibata, contra maus tratos aos tripulantes dos navios da marinha brasileira. O líder era o marinheiro João Cândido, também conhecido como Almirante Negro. Ameaçavam bombardear a cidade, se não fossem atendidos (a maioria era de negros).
.......Houve uma relativa vitória dos insurgentes, pois os castigos físicos foram abolidos um dia após a Proclamação da República mas foram restabelecidos no ano seguinte (1890):
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“Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo.”
(J. M. Carvalho, in Os Bestializados)
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.......Foram violentamente reprimidos e o governo não cumpriu a promessa de acabar com a situação, prendendo os líderes e enviando outros para a floresta amazônica. O Almirante Negro foi expulso da Marinha e internado como louco.

.......Vejam essa pérola de música para ilustrar esse momento histórico que o compositor João Bosco produziu.



O MESTRE-SALA DOS MARES
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro, gritava então

Glória aos piratas
Às mulatas, às sereias

Glória à farofa
à cachaça, às baleias

Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história não esquecemos jamais

Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais

Mas salve
Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais

Mas faz muito tempo
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*Na Antiguidade, como a escrita era pouco desenvolvida, o AEDO cantava as histórias que iam passando de geração para geração através da música. Depois, veio o seu assemelhado na Idade Média, que era o trovador. Hoje, juntado tudo isso com a tecnologia, criei o AEDO CIBERNÉTICO.
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Visitem Cacá
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Um comentário:

Ana disse...

Cacá:
Adoro seus Aedos!
Amei este!
Beijo.