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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Olhares - por Ana

É noite de domingo. Da janela vejo vários televisores ligados em outros apartamentos. Algo me chama a atenção, observo melhor, entendo: as imagens são idênticas. Hora do Fantástico. Todos assistindo à Globo. Então viajo no tempo.
Certa vez, fui visitar uns tios que moravam no quinto andar de um prédio que não possuía elevador. Era noite também. Fui subindo as escadas e fiquei perplexa ao perceber que o barulho que ouvia, das salas, a cada andar, era sempre o mesmo. Ao entrar no apartamento de meus parentes, ouvi as mesmas vozes televisivas. Era o Jornal Nacional. Nisso lá se vão uns 30 anos.
Hoje não fico perplexa como antes, mas lamento. Pelo ser humano. Que é - potencialmente - tão rico, tão complexo, tão único e, no entanto, fica se espremendo na curva normal, num aglomerado hiperdemográfico descerebrado. Onde o poder de escolha, onde a capacidade de discernimento, onde as diferenças pessoais? Apenas no rabicho elitizado que quase se confunde com o eixo dos x?
Grupo, massa, gado... as mesmas (des)informações dolorosas senso comum, os mesmos valores, a mesma aculturação nivelada por baixo, as mesmas emoções maniqueístas, as mesmas noções improdutivas, os mesmos estímulos emburrecentes... Fazer o quê... aquilo que para esparsos é vomitável, para a multidão é aplaudível.
Assim se desencaminha a humanidade, enquanto seres esquisitos seguem na contramão, apesar dos infindáveis esbarrões da ignorância.
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2 comentários:

escrevinhadora disse...

Ana, é assim mesmo. Eu já começo a sentir meio abestalhada tão logo escuto a musiquinha do Fantástico. Não só por ser o sinal de que o fim de semana acabou, mas também porque o programinha é de amargar e eu, como a grande maioria, acredito assisto por pura inércia. Qualquer dia ainda escrevo sobre isso.

Ana disse...

É verdade, Escrevinha, esta questão da inércia dá um texto legal! rsrsrs
Obrigada pelo comentário!
Beijo!