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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Sexismo em Todas as Eras - por Esther Rogessi

De forma peculiar, John Stuart Mill (1806 -1873) fez notória a dificuldade que as mulheres encontrariam no tocante a fazer valer a própria emancipação. Isto devido à multiplicidade de condicionamentos a elas impostos. Mesmo diante de tantas vitórias, alguns destes ainda subsistem maquiados.

Ao longo do tempo, a mulher passou por vários tipos de opressão, em grupos sociais diversificados. No passado, subjugadas pela classe dominante – senhores de escravos – que as usavam e tinham sobre elas todos os direitos, acobertados pela lei, como se objetos fossem. Na realidade, “os homens,” sempre tiveram em si o sexismo, que tende a favorecer um sexo em detrimento de outro; que difere do machismo, por ser este um sentimento que denota ódio.
Podemos dizer, e exemplificar tal abominável conduta, usando o caso do Taliban contra as suas mulheres – mulheres de Cabul. Existia uma triplicidade de sentimentos contrários à mulher: o sexismo, o machismo e a misogenia, que é a aversão a tudo quanto seja feminino.

Como o homem sempre esteve – por si próprio – à frente da mulher, sendo ele a comandar, ditar leis e emendá-las, sempre com a visão voltada para o sexismo, tratou para que estas fossem educadas de forma a acatarem o subjugo de seus senhores. Hoje, não mais em senzalas fétidas, porém em senzalas d’ouro. Nestas, ora habitam escravas brancas e perfumadas.

As classes dominantes do passado mantinham um distanciamento dos seus dominados. A diferença hoje existente está nas prisões sem grades, no fato da classe dominante ser íntima do dominado.

Na verdade, onde nasceu ou qual a primeira atitude masculina sexista?
Qual a referência para tal atitude?
O livro da Lei? A Bíblia Sagrada?
Se desta, certamente interpretada, como não deixaria de ser, segundo a visão sexista.
Creio ser esta a direção para o homem temente e sabedor da existência de Deus. Independendo de crença religiosa. Dela, toda uma sociedade ordeira recebe e segue seus ensinamentos.
Está escrito: “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma adjutora, que esteja como que diante dele.” (Gn 2.18)

Como que diante, não é por trás, não é sob, e menos ainda, adiante ou à frente, porém, lado a lado: posição de igualdade. De onde, então, recebeu o homem a visão sexista de “ser sobre”, de subjugá-la, contrariando a Palavra de Deus, que diz: “Porque Deus não faz acepção de pessoas.”?

Bem sei eu que, teologicamente falando, o sentido hermenêutico do contexto bíblico, se refere a Eleição:“Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno...” (Dt 10:17)
No Novo Testamento temos em Tiago 2:1,9: “Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas... se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores.”

Há, em livros e epístolas bíblicas, situações que denotam o subjugo das mulheres, porém creio dever-se isto, não ao Deus incorruptível e justo, mas a sentimentos sexistas imbuídos em homens que traziam, em si, vestígios de dogmas existentes em suas raízes. Porém hoje, à luz do evangelho pleno, do amor verdadeiro de Cristo, da revelação do Cristo ressurreto, não podemos achar coerência na disparidade de pensamentos atribuídos por muitos ao caráter imutável e amável de Cristo.

Eras diferentes: senhores feudais, patriarcais... Caráter sexista, feras à solta! Cuidado!... Presas! Não fiquem... Não fiquem presas!



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Um comentário:

Ana disse...

Esther:
Este é um tema bem antigo e complexo...
Mais um texto para a nossa reflexão...
Beijo.