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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




domingo, 13 de setembro de 2009

Bíblias de Neons - por Violeta

Ponto um – O paradoxo
Sempre o mesmo. As faces depressivas são sempre delicadas. Conheço-as tão bem. Sinto-as vir ainda ao longe. Sei que são sempre dolorosas, mas não as posso evitar. Instalam-se e o resto é “mais do mesmo”. Não há nada mais estúpido e paradoxal que isto. Sou feliz, mas… deprimida. Não me dói nada, apenas a alma. Uma dor tão absurda que quase mata. Eu sei que é apenas uma substancia que falta no meu delicado “rapaz cinzento”. Uma espécie de defeito de fabrico do meu cérebro, mas a verdade é que muitas vezes me incomoda. Preferia não entender nada disto, porque o pior é ter a percepção de tudo e de não conseguir controlar. O passo seguinte é sempre o da auto-medicação.

Ponto dois – A Terapêutica
Duas horas. Duas horas numa suite de hotel. Sozinha. Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhh... Sozinha sim. Precisava de uma desintoxicação. Imperativamente. Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh…. Eu sei. Eu sei que sou perigosa sozinha. Eu sei disso, mas por vezes tenho mesmo de ficar. Preciso prender-me a mim mesma e enfrentar-me. O que nem sempre resulta, mas se não olhar para dentro não me posso ajudar. Shhhhhhhh… é sempre o mesmo. Trouxe ajuda: Som, Palavras e o Sol também por cá apareceu. Já não era capaz de ouvir, nem de ler nada do que me andava a rodear. Era urgente o isolamento, o sair do círculo e o respirar. Às vezes a melancolia vai embora assim.

Ponto três – No cars go
2006, Arcade Fire. Eu sei que já passaram três anos, mas há coisas que são mesmo intemporais. Precisava de ouvir, de chorar (pensava que já nem sabia chorar), de sentir, de me sentir. As coisas são mesmo assim. Há sítios onde os carros não vão mesmo. Não vão! Tenho de ser eu. O espelho negro e o seu terrível reflexo, não permito que me iniba. Não posso permitir. Definitivamente. Há um biquíni no fundo da mala e lá fora está uma pipoca e uma sereia à minha espera.

Ponto quatro – “Deixa o carro a trabalhar…”



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Um comentário:

Ana disse...

Violeta:
Você é absolutamente inusitada! Adoro o que você escreve!
Beijo.