No interminável, indomável tempo, cínico,
repleto de poeiras e pedras.
E ainda me mantendo atenta
ressequida de sombras.
Antes, eu trazia o medo pendurado nos ombros,
nas solidões varadas.
O tempo foge.
Impossível prender seus rastros
expostos na madrugada.
Há fantasmas nas ruas, pedradas riscando o ar.
E eu sei que estou acordada,
saindo de mim
pra correr, te encontrar.
Apatia,
doentia lentidão, íntima represa.
Sou areia e pedra,
água e vento,
luz e dia,
fantasia presa.
Mas eu gosto de mim assim:
coisinha estabanada, sem brilho,
sem encantos.
Sou feita de silêncios, aragens,
mel escondido, sou fundo de cestos de cada pomar,
de cada manhã.
nessa indizível, inconstante, improvável saudade.
Visitem Marília Abduani
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Um comentário:
Marília:
O que você escreve é lindo demais!
Parabéns mil vezes!
Beijo.
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