Carrega vidas que insistem em viver...
Leva ao trabalho que rende tão pouco,
Leva quem procura trabalho pra fazer.
Trem descendo, trem subindo,
Trem repleto de sofreguidão.
Trem teimoso e o desalento
Estampado em cada estação.
São mulheres, maltrapilhos, meninos pedindo pão.
Homens fortes, ignorantes; outros com alguma instrução.
Muitos sonham olhando a paisagem...
Outros deixam escorrer só indignação
Por esta vida de desencantos na lida
Sem oportunidade de um futuro são.
Vagões apinhados descem nas manhãs.
Outros entupidos de gente, à noite sobem.
No vaivém de vidas sofridas, exauridas,
Que, contudo, ainda com fios de esperança tecem.
Tecem projetos, se seguram nos vagões.
Tecem memórias, guardam suas tristezas e desilusões.
Tecem a história de vidas de superação.
Tecem a certeza de que dias melhores virão.
Visitem Alba Vieira
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Um comentário:
Muito lindo, Alba!
Amei!
Beijo.
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