O casal compartilha sua intimidade
Com os transeuntes indo para o trabalho
Desconhecem o que seja privacidade
São íntimos somente nas privações
Abraçados ternamente sob cobertas maltrapilhas
Contrastam com a agressividade dos que neles quase tropeçam
Imundos, em andrajos, os corpos emagrecidos
Desfalecem mais pela fome que por cansaço
Nos arredores veem-se dejetos espalhados no meio do lixo
Empesteiam o ar trazendo à consciência miséria
Mas hoje acontece o inusitado
Àqueles que passam é impossível ignorar
O odor acre no ar não deixa dúvidas:
A desgraça da noite que passou na ilusão das drogas
Melenas denunciam que a vida se esvai em desesperança.
Visitem Alba Vieira
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Um comentário:
Chocante, Alba!
Cruz credo! Chocante mesmo!
E lindas suas percepção e descrição: "São íntimos somente nas privações".
Parabéns!
É até inspirador...
Beijo!
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