Corpos enregelados, amontoados
nas calçadas frias e sujas.
Paisagem fria da cidade que acorda.
Trabalhadores rumam para as obras do PAC
em frios uniformes azuis,
robotizados, enganam os estômagos frios
com café quente nos bares das esquinas.
Crianças com blusas cor de laranja,
sonolentas, puxadas pela mão seguem para a LBV
pela longa estrada, atrás de mães disformes,
tentando vencer a sina dos dias duros e frios.
Restos do dia anterior abundam nas calçadas.
Restos humanos dormem no lixo;
fazem fogo perto da caçamba
e fumam guimbas que aquecem,
roubando o último fôlego.
Dois cavalos esquálidos descansam no muro da SUIPA.
No alto do prédio da igreja de crentes,
doze urubus pretos observam, se movimentam
e aguardam, na laje, o banquete.
Nesse recorte da comunidade, com carniça e podridão,
como no Planalto, os abutres agrupados confabulam...
Esperam para devorar o que restará dos homens de bem.
Visitem Alba Vieira...................................................
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Um comentário:
ES-PE-TA-CU-LAR!!!!!!
CLAP!!! CLAP!!! CLAP!!!
DE PÉ!!!
PARABÉNS!!!
A-DO-REI!!!
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