Pô, Duanny, não brinca! Fila é horrível! Detesto fila!
Vamos sentar aqui nas mesinhas do Litercafé para conversar sobre isso e veja se não tenho razão...
Paciência para esperar eu tenho de sobra, mas não para ficar sendo intimada a comentar sobre o tempo de espera, o clima, as tragédias do mundo, a política do país, ou a ouvir relatos de acontecimentos familiares, conflitos, dúvidas existenciais, tudo isso daquele jeito exclusivo de fila: tô falando já indo embora.
As pessoas falam por falar, provavelmente porque não aguentam o próprio silêncio. E falam olhando para todos os lados, não se fixam no coitado que escolheram pra pinico, parece que estes faladores de fila compulsivos (FFC’s) são todos médiuns: vivem acompanhados de espíritos e ficam falando com os encostos que estão por todos os lados enquanto fingem que falam com você.
E quando estão na fila do banco para pagar contas atrasadas e resolvem justificar pra VOCÊ o não pagamento (e eu com isso...)? Os FFC’s são malucos! Você tá no seu canto, tranquilo, na boa, tentando ler um livro ou pensando na sua vida, e os doidos te chamam pra dizer que as contas deles estão atrasadas, te mostram os boletos (!!!!) e começam a desfiar um monte de histórias familiares mirabolantes ou contar sobre a falta de pagamento dos seus salários para justificar o atraso das contas. (Como assim?!!!) Daí para começarem a falar sobre o emprego, o patrão, os filhos, todas as grandes e pequenas desgraças vividas desde a primeira encarnação, é um passo (se a fila andar).
Desconfio que existam FFC’s profissionais. Sabe aquelas pessoas que ficam no início da fila deixando todo mundo passar enquanto, na maior animação e sem pressa nenhuma, falam alto conversando com o banco inteiro, como se estivessem num palco? Pois é, são estes.
Há, também, os FFC’s emocionais. São aquelas donas de casa que sorriem, felizes, quando dão aquela paradinha para entrar numa das filas do supermercado. Ato contínuo, começam a falar sobre preços, descontos, supermercados concorrentes, filhos, netos, cunhados, sogras, noras, cachorros, papagaios e tartarugas até serem atendidas. Quando isto acontece, pode notar que elas desabam, murcham, perdem o brilho e saem da fila cabisbaixas, deprimidas mesmo...
E esta última categoria se divide em dois tipos distintos: os conformados e os totalmente inconvenientes. Os primeiros são estes que falam com você apenas enquanto estão na fila e ficam tristes quando saem dela. Os segundos são os inconformados: puxam assunto com a pessoa de trás porque depois de atendidos continuam conversando com o infeliz, esperam ele sair da fila e o acompanham pelo supermercado, falando pelos cotovelos, como se fossem amigos de longa data. Fazem perguntas pessoais, tipo: onde você mora, é casado, quantos filhos tem, onde trabalha, pedem seu telefone, ficam na fila do caixa com você, te ajudam a embalar as suas compras e, se você não conseguir se livrar deles num momento em que parem para respirar, corre o risco de irem com você até sua casa “porque moram pertinho”...
Ou seja, a fila é multifuncional: pode ser divã, pinico, palco, local para fazer amizades, além de muitas outras coisas... Porque não falei dos que entram na fila para azarar, dos que ficam quietos durante horas e vão embora de repente sem serem atendidos e dos possíveis ouvintes de fila compulsivos (OFC’s). Mas estes ficam para outra vez...
E agora vou indo, pois tenho que ir ao banco enfrentar uma fila.
Beijo!
Vamos sentar aqui nas mesinhas do Litercafé para conversar sobre isso e veja se não tenho razão...
Paciência para esperar eu tenho de sobra, mas não para ficar sendo intimada a comentar sobre o tempo de espera, o clima, as tragédias do mundo, a política do país, ou a ouvir relatos de acontecimentos familiares, conflitos, dúvidas existenciais, tudo isso daquele jeito exclusivo de fila: tô falando já indo embora.
As pessoas falam por falar, provavelmente porque não aguentam o próprio silêncio. E falam olhando para todos os lados, não se fixam no coitado que escolheram pra pinico, parece que estes faladores de fila compulsivos (FFC’s) são todos médiuns: vivem acompanhados de espíritos e ficam falando com os encostos que estão por todos os lados enquanto fingem que falam com você.
E quando estão na fila do banco para pagar contas atrasadas e resolvem justificar pra VOCÊ o não pagamento (e eu com isso...)? Os FFC’s são malucos! Você tá no seu canto, tranquilo, na boa, tentando ler um livro ou pensando na sua vida, e os doidos te chamam pra dizer que as contas deles estão atrasadas, te mostram os boletos (!!!!) e começam a desfiar um monte de histórias familiares mirabolantes ou contar sobre a falta de pagamento dos seus salários para justificar o atraso das contas. (Como assim?!!!) Daí para começarem a falar sobre o emprego, o patrão, os filhos, todas as grandes e pequenas desgraças vividas desde a primeira encarnação, é um passo (se a fila andar).
Desconfio que existam FFC’s profissionais. Sabe aquelas pessoas que ficam no início da fila deixando todo mundo passar enquanto, na maior animação e sem pressa nenhuma, falam alto conversando com o banco inteiro, como se estivessem num palco? Pois é, são estes.
Há, também, os FFC’s emocionais. São aquelas donas de casa que sorriem, felizes, quando dão aquela paradinha para entrar numa das filas do supermercado. Ato contínuo, começam a falar sobre preços, descontos, supermercados concorrentes, filhos, netos, cunhados, sogras, noras, cachorros, papagaios e tartarugas até serem atendidas. Quando isto acontece, pode notar que elas desabam, murcham, perdem o brilho e saem da fila cabisbaixas, deprimidas mesmo...
E esta última categoria se divide em dois tipos distintos: os conformados e os totalmente inconvenientes. Os primeiros são estes que falam com você apenas enquanto estão na fila e ficam tristes quando saem dela. Os segundos são os inconformados: puxam assunto com a pessoa de trás porque depois de atendidos continuam conversando com o infeliz, esperam ele sair da fila e o acompanham pelo supermercado, falando pelos cotovelos, como se fossem amigos de longa data. Fazem perguntas pessoais, tipo: onde você mora, é casado, quantos filhos tem, onde trabalha, pedem seu telefone, ficam na fila do caixa com você, te ajudam a embalar as suas compras e, se você não conseguir se livrar deles num momento em que parem para respirar, corre o risco de irem com você até sua casa “porque moram pertinho”...
Ou seja, a fila é multifuncional: pode ser divã, pinico, palco, local para fazer amizades, além de muitas outras coisas... Porque não falei dos que entram na fila para azarar, dos que ficam quietos durante horas e vão embora de repente sem serem atendidos e dos possíveis ouvintes de fila compulsivos (OFC’s). Mas estes ficam para outra vez...
E agora vou indo, pois tenho que ir ao banco enfrentar uma fila.
Beijo!
2 comentários:
Ai credo Ana, tenho horror dos FFC's, ainda mais porque eles conhecem todas as doenças do mundo, os sintomas, as sequelas, o efeito colateral dos remédios, só não conhecem a cura. E quando despejam sobre a gente o repertório de doenças??? Eu sou meio hipocondríada, já saio da fila passando mal.....rs..rsrs
Ih, minina! Não é que esqueci desta parte? É verdade! Há uns que danam a falar das doenças... É um terror... E quando são aqueles que entram em detalhes nojentos? Argh! Argh! Argh!
Beijos!
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