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sábado, 11 de abril de 2009

Passagem - por Luiz de Almeida Neto

Todos os trens passam,
e pouco se importam comigo
como sempre deve ser.
A relação entre mim e eles
reside unicamente
na minha observação
e no retorno que meus escritos
talvez um dia construam.
Aprender a lidar
com o aluguel, a água e a luz
foi mais fácil
que conviver com as derrotas
do Vasco da Gama,
muito pior foi descobrir
que pouco se importam
com a dor de cada um
com as que eu constato
com as que eu não trato.

Sem pretensão filosófica alguma
eu aprendo a conviver
com este mundo louco
que tanto me impressiona
e que eu não consigo impressionar.
Talvez um dia eu me acostume
com as variações do destino
que podem nascer,
do abre-e-fecha de um sinal de trânsito,
ou de uma falta na bica da área.

Não consigo de jeito nenhum
deixar de amar
e olha que eu nem era “essas coisas toda”,
foi devagarzinho,
bem diferente do jeito brusco
que os trens passam,
que os sinais fecham,
que meu povo vai trabalhar.

Quem sabe eu não aprenda o ritmo,
descubra a rima,
acerte na Sena,
e faça de conta que me dei bem.
A verdade é que sempre pensarei
em todos vocês, que neste momento
estão a ler estas coisas.
E isso nem é uma mensagem de amor,
porque o amor não comporta mensagens,
porque eu não comporto mensagens,
é mais uma constatação,
como sempre é,
sem graça,
sem ritmo,
sem rima,
que é o que eu consigo produzir.

Ainda pode ser que alguém,
movido por curiosidade,
se decida a dedicar alguns segundos
à leitura dos sinais que determinam
o nosso destino
e que um dia convencionamos.
Afinal, quem é que protesta
quando vê uma colisão de automóvel,
com o sinal de trânsito?
Quem é que culpa
a velocidade deste trem
quando passa da estação do trem
que deveria ter descido?
A vida é louca,
e mais louco ainda é quem tenta compreendê-la.

Assim venho até aqui,
enterro meus pensamentos
e me entrego de corpo e alma
à mediocridade daqueles que não tem esperança
e me destino a viver
uma vida de sanduíche.
Única capacidade que se pode atribuir
à minha qualidade de ser humano,
portadora inerente de continue’s e game over’s
sabedora de misérias e de dinheiros.
Nova vida
“Pra rimar com tudo!!! Pra rimar com tudo”



.

2 comentários:

Ana disse...

Muito boa sua poesia, Luiz!
Gostei muito!

Luiz de Almeida Neto disse...

A VONTADE DE ESCREVER

Voltou. Mas não foi legal, foi mais algo como se eu estivesse fugindo de uma clínica de viciados em literatura. Não foi propriamente uma alegria, mas não posso dizer que foi uma tristeza.
Sempre que me ocorre essa vontade eu me lembro de um filme, chamado "Um Morto Muito Louco", naquela cena em que eles saem carregando o cara. É meio irracional isso, mas é aí que eu quero chegar.
Não existe nada de racional quando eu escrevo, apesar de ser isso justamente o que eu esperava que fosse: "o auge da razão expressado em palavras", e às vezes me parece o contrário, o que só comprova a tese que atesta a minha inaptidão e incompetência para este ofício que eu tanto admiro, e assim "enfraquece a amizade".
E então eu venho ao sub-mundo dos blogs (com todo respeito a quem escreve de maneira decente), pra escrever bobagem, pra ocupar o tempo de quem tem mais o que fazer, com este meu vício insanável e triste.
A realidade é que eu estive limpo por quase três meses. Mas deu vontade e aqui estou eu, de novo, pra "aperriar" (essa palavra é bem típica da minha terra) vocês. Obrigado pela paciência que sempre tiveram. Peço só um pouco mais dela. Heheheheh. Abraço.