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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




domingo, 5 de abril de 2009

Docinho, Chuchu e Outras Maluquices - por Bruno D’Almeida

Como você tem a coragem de chegar assim, feito uma bola de fogo do céu, sacudindo meu coração feito canção de ninar? Pode ir parando por aí, eu já sofri muito e sei o peso da dor. Antes que você continue a transformar a minha vida novamente no maior barato, eu quero lhe dizer algumas coisas. Pode sentar.

Eu já amei. Fui um desses namorados loucos que só enxergam a pessoa amada, que dedicam o céu, a lua e o pedaço de chocolate mordido a quem a gente chama dos nomes mais estranhos. Já chamei meus amores de docinho, chuchu e outras maluquices, rompendo os limites da bestialidade humana. Eu não sei se você sabe, ou finge que não sabe, que quem ama passa por um leve processo de retardamento mental. Se você quer ficar comigo vai ter de aguentar essas coisinhas miúdas que nos fazem humanos, contanto que não conte pra ninguém os nossos segredos e bobagens a dois.

Eu já terminei relacionamentos que julgava eternos. Já ouvi todo aquele protocolo básico: “veja bem, o problema não é com você, mas comigo”, ou “eu amo você, mas nossa relação virou uma grande amizade”, além da sofrível declaração “eu rezo a Deus que você encontre uma pessoa que realmente te mereça”. Eu aprendi que eterno é o que fica. Para sempre quem passou na minha vida terá o rótulo de ex-qualquer-coisa-que–tive.

Eu já tomei chuva, já mandei flores, chorei na despedida e fiz tudo que um casal normal, com toda sua anormalidade, pode fazer. Mas o que me deixa feliz, minha adorável criatura esdrúxula, é curtir a certeza de que todo momento é único, e fazer com você tudo que parece igual, mas de um jeito diferente. Eu nem acreditava que meu coração pudesse bater tão forte assim novamente como ensaio de escola de samba.

Eu já sei onde errei. Ora me dei demais sem receber, ora não valorizei o que recebi. Muitas vezes criei mais problemas do que eles pudessem existir e em outras vezes os problemas é que foram muitos a se resolver. Se você sabe um pouco dessas experiências também, vamos devagar com o andor: afinal, tanta porrada serve ao menos para saber onde não mais errar.

Eu só sei que ao menos posso me permitir tentar. Se já me dediquei tanto para um relacionamento dar certo, e todos eles fracassaram, quem sabe você, que entra assim, de supetão, me faça feliz de verdade. Eu só quero deixar claro, mas absolutamente claro, se você entrar assim na minha vida, deixando meus pés para o alto, eu vou mesmo pagar para ver, pois ninguém aposta todas as fichas para perder. Como eu não tenho mais fichas, o máximo que posso perder é a vergonha na cara. Mas quem perdeu pra eu achar?


(Exorcizando textos antigos de um relicário guardado,
que ainda não foi queimado por desencargo de consciência.)
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Um comentário:

Ana disse...

Bruno:
Como sempre, muito legal!
Parabéns!