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quarta-feira, 22 de abril de 2009

A Coragem de um Homem - por Jorge Queiroz da Silva

Conheci na minha vida profissional um homem de coragem, formado em farmácia, que atuava como Diretor de Operações numa indústria em que trabalhei.
Respondia pelas áreas de importação e exportação e pela obra de expansão da empresa.
O que mais me marcou foram as indicações de energia, coragem e força desse executivo, que era um autodidata. Muito me admirei em saber que tinha sido o comandante do vapor Márcia, que teria sido afundado na última guerra mundial pelo submarino alemão em águas brasileiras.
Vou tentar relatar agora uma história que diz bem da sua coragem e que muito combinava com o seu jeitão de homem forte e decidido, e que, num determinado momento da vida, mais ou menos na faixa de 40 anos, iniciou um processo de cegueira. Lutou bravamente contra a doença, quando a recomendação médica o proibia inclusive de dirigir automóvel, principalmente no período noturno. No entanto, ele não desistia e continuava a vir ao trabalho diariamente, dirigindo seu próprio carro, evitando apenas de sair tarde, preferindo deixar o trabalho ao cair da noite, quando ainda a cidade estava iluminada.
Um dia descuidou-se, o dia avançou e ele insistiu em ir para casa quase anoitecendo. Iria fazer um deslocamento da Tijuca até o Leblon, e já quase chegando em casa a sua visão começou a faltar e para não dar o braço a torcer, colou o seu carro na traseira do carro da frente e a visão das lanternas o ajudava a dirigir. O carro da frente andava, ele andava junto, o carro da frente parava, ele parava junto, aí então o carro da frente não mais andou e ele, muito irritado, começou a buzinar, esbravejando:
- Oh, rapaz! Não vai andar não?
Ao que o outro respondeu:
- Como é que eu vou andar, se estou dentro da minha garagem?
Todos comentavam o fato e tentavam, cada um à sua maneira, se espelhar nesse grande exemplo de coragem e firmeza diante da vida.



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Um comentário:

Ana disse...

Jorge:
Legal esta história!
Ri muito!
Abraço!